21 Novembro 2021      10:16

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2021 marca a maior produção de azeite em Portugal

Há um conjunto de fatores que influencia que a safra 2021/22 seja a maior produção de azeite alguma vez realizada em Portugal: pode atingir as 200 mil toneladas.

A notícia é avançada pelo jornal Público que destaca a influência do bom tempo e o aumento da produção em modo superintensivo. Sem pragas, com calor e chuva quando foi necessária, a maturação das azeitonas atingiu quase que a perfeição.

Após alguns anos onde se registaram algumas quebras, a produção de azeite regressa esta safra com valores recordes que a Olivum, Associação de Olivicultores e Lagares do Sul já tinha previsto em setembro, embora apontasse para valores em redor das 150 mil toneladas.

À data, a Olivum referia já os mesmos fatores influenciadores para este nível máximo de produção de azeite: uma floração que decorreu sem problemas, pluviosidade em quantidade certa e a quase ausência de pragas. A Olivum acredita também que uma agricultura inovadora e de precisão  – aliada a preocupações de sustentabilidade ambiental – também influenciou e antevê boas perspetivas de futuro.

“O sector do azeite está no top dos rankings em termos de sustentabilidade ambiental com reduzida utilização de água (3000 m3/ha), diminuta aplicação de fitofármacos (apenas 8% do mercado nacional de fitofármacos) e relevante sequestro de carbono (4 a 7 ton/ha)”, refere Gonçalo Almeida Simões, diretor-executivo da Associação, em comunicado enviado ao TA.

O olival moderno é responsável por 80% da produção nacional de azeite, estando Portugal posicionado como o 8.º maior produtor mundial de azeite, com produtividades recorde no Alentejo que podem chegar – em 2021 – às 20 toneladas por hectare.

O País é o primeiro no mundo em termos de qualidade, ao produzir 95% de azeite virgem e virgem extra. Os Estados Unidos da América ocupam o segundo lugar, atingindo os 90%; Espanha e Itália aparecem em terceiro, com apenas 70%.

Portugal garante desde 2014 a sua autossuficiência em azeite e as exportações têm crescido de forma marcada nos últimos anos, ao atingirem 500 milhões de euros em 2017, cerca de 600 milhões, em 2020, e com a perspetiva de superação deste valor agora em 2021.

O olival moderno e os olivicultores estão empenhados em melhorar a produtividade, alargar mercados, trazer riqueza à região e criar emprego, contribuindo para a inversão dos números do Censos de 2021. “Não fosse o forte investimento no agroalimentar no Alentejo, os números teriam sido bem piores, tendo servido os investimentos no interior do País para desenvolver a economia local, evitar um ainda maior êxodo rural e até atrair quadros qualificados dos centros urbanos para as áreas rurais”, defende Gonçalo Almeida Simões, da Olivum.

O investimento no sector permitiu passar de 80 mil toneladas em 2014 para 135 mil toneladas de azeite produzido em 2019. As empresas a atuar são maioritariamente portuguesas e o setor conseguiu atrair investimento direto estrangeiro de países como Espanha, Inglaterra, Chile, Arábia Saudita, Suíça ou Dinamarca.

 

Imagem de myshampoo. ru