30 Março 2019      10:14

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2019 ao nível dos mais quentes de sempre - aponta Físico da Universidade de Évora

Um físico meteorologista da Universidade de Évora - UÉ, Rui Salgado, aponta que 2019 possa vir a ser "um ano ao nível dos mais quentes desde que há registos".

Esta previsão abrange não só Portugal, mas todo o planeta acreditando o físico meteorologista Instituto de Ciências da Terra (ICT) da UÉ que a evolução demonstra que se está a assistir a um aquecimento global e que a tendência é de continuidade.

Os anos de 2015 a 2018 foram os que marcaram temperaturas médias mais elevadas desde que há registos, como revelou à Lusa, e acrescentou que o mês de janeiro foi o segundo mais quente desde que há registos, o que pode ser um indicador do que deverá ser todo o ano.

O consenso verificado entre os especialistas quanto às alterações climáticas não tem correspondência quando se trata de falar da precipitação, pois existem enormes variações em todo o mundo, embora na área mediterrânica as previsões apontem mesmo para uma diminuição da precipitação, sendo que, na opinião do cientista,  em Portugal e de acordo com as projeções será mesmo o Alentejo a região mais afetada, marcada por um aumento da temperatura e uma diminuição da precipitação e, consequentemente, um aumento da probabilidade de secas.

Neste momento, cerca de 57% do território do continente está em seca moderada, e 5% - no Barlavento algarvio - já está mesmo em seca severa. Em seca fraca estão 38% do território, ainda assim longe do que se verificou em 2017, embora, de acordo com o ministro da Agricultura, Capoulas Santos a situação seja preocupante, embora se espere que ainda chova antes das temperaturas aumentarem definitivamente.

De acordo com a empresa Águas Públicas do Alentejo – AgdA, por agora, ainda não há grandes problemas de abastecimento público, mas há algumas pequenas aldeias nos concelhos de Mértola, Ourique e Odemira e que são abastecidas por furos e por autotanques de modo quase permanente.

Não se preveem, por agora, situações preocupantes de abastecimento público nos 20 concelhos da sua área de operação: Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Mértola, Moura, Odemira, Ourique, Serpa e Vidigueira – no distrito de Beja; Arraiolos, Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Viana do Alentejo – no distrito de Évora; e Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém, no de Setúbal.

De modo a garantir melhor abastecimento, estão em curso empreitadas que irão permitir a ligação dos sistemas abastecidos por furos a outras origens de água, como as albufeiras do Enxoé (Serpa) e Monte da Rocha (Ourique) e aguarda-se a construção da ligação ao Alqueva da albufeira do Monte da Rocha -que abastece Castro Verde, Almodôvar e Ourique e parte dos de Odemira e Mértola - embora não deva existir problemas com o abastecimento público este ano.

No distrito de Évora, o atual presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central - CIMAC, Carlos Pinto de Sá, revelou que as expetativas nos 14 concelhos do distrito são as da inexistência de problemas no abastecimento de água às populações, estando a CIMAC a acompanhar e a monitorizar as reservas de água.

Ainda mais a norte, no distrito de Portalegre, o homólogo da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo - CIMAA, Ricardo Pinheiro, garantiu também que o abastecimento de água às populações não estará em causa nos 15 concelhos que compõem o distrito de Portalegre, embora se insista na necessidade urgente da construção da Barragem do Pisão, no concelho do Crato.

 

Imagem de imagiter.fr

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