3 Janeiro 2018      17:43

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“V ENCONTRO NAT4LÍCIO EM TERRAS TR4NSTAGANAS”

Texto: Victor Lamberto   |   Fotografias: Florbela Vitorino e Victor Lamberto

Castelo de Vide (rotunda do Bar “O Martinho”), 16 de Dezembro, 09:30 – iniciava-se mais uma etapa dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo", o “V Encontro Nat4Lício em terras transtaganas”, preparado em sigilo para que o destino desta jornada permanecesse desconhecido dos anfitriões – o casal castelo-vidense compagnon de route de muitas aventuras, Zé e Quina Morais – que o passeio iria homenagear… Que, desde logo, foram surpreendidos no momento em que a caravana parou defronte da porta de sua casa! Passada a surpresa, feitas as devidas saudações e reprimendas, a ruidosa caravana (R4, Mercedes e 2CV) dirigiu-se à Portagem (com paragem no deslumbrante e famoso troço da EN246-1, a “Alameda dos Freixos”), para uma incursão por algum do seu património (ponte medieval e torre da portagem), com algumas notas geomorfológicas e geológicas e visita à TerriuS (para degustação e aquisição de diversos sabores locais únicos, complementada com visita ao antigo moinho), que terminou com uma visita ao Mercado de Natal. A viagem prosseguiu até à rayana La Fontañera, para recordar a plantação de castanheiros havida em Fevereiro de 2015, promovida pelos “Eat-inerários” e que juntou os presidentes da Câmara Municipal de Marvão, do Ayuntamiento de Valencia de Alcántara e do 4.Clube.Portugal, celebrando as relações raianas/rayanas, as rotas de contrabando e a importância das R4… Tiradas as fotos de grupo (e outras), a caravana regressou a Castelo de Vide para o almoço, tendo as viaturas ficado estacionadas em espaço nobre (como amiúde sucede nestes passeios) – a Praça D. Pedro V -, permitindo à população local apreciar as “máquinas” e, de alguma forma, contribuir para promover a preservação do património automobilístico clássico (importante para uma vida mais calma, menos superficial)...

Como tem sido preocupação constante nestes passeios (e também em celebração do Terra Madre Day’ 2017 do Slow Food e no âmbito da sua campanha “Menu de Mudanças – Coma Alimentos Locais”), o repasto incluiu regionais sabores sazonais (e.g. bucho, molhinhos, sopa de castanha) que surpreenderam os comensais, num ambiente francamente descontraído e animado, imbuído do espírito natalício e de homenagem que se vivia…

Cerca das 15:00 a comitiva regressou à central Praça D. Pedro V (onde permaneciam as viaturas) para a recepção no Salão Nobre da Câmara Municipal de Castelo de Vide, que comportou sessão de boas-vindas a cargo do seu presidente, a homenagem ao casal Zé e Quina Morais e uma introdução histórica a esta vila, a cargo do incontornável Carolino Tapadejo, a que se seguiu visita, guiada pelo mesmo, a algum do seu interessante património (e.g. centro histórico e Igreja de N. Sra. da Alegria, Judiaria e Sinagoga, Fonte da Vila e Oficina-Museu Mestre Carolino), que incluiu um “workshop breve de malhar em ferro frio”, tendo havido ainda tempo para uma incursão pelo comércio tradicional para compra de boleimas (rica e pobre) e azevias (destaque para a Pastelaria Sol Nascente, que preparou uma montra alusiva ao encontro, onde diversas miniaturas de R4 e de outros clássicos marcavam presença, para gáudio dos convivas). Seguidamente, e após algumas fotografias de conjunto, o epílogo desta jornada natalícia decorreu no lar do casal Morais, com um lanche de fim de tarde/início de noite, pleno de convívio, boa disposição e votos natalícios…

Concluído o “V Encontro Nat4Lício em terras transtaganas”, importa agradecer aos convivas presentes que tornaram possível e animaram a jornada - destaque para João Santos e Danilo Pratas (“apoio logístico”), Florbela Vitorino (fotógR4fa embedded) e Alércio Mergulhão (pelas surpresas!) - e aos anfitriões que nos apoiaram e acolheram: Câmara Municipal de Castelo de Vide (nomeadamente o Presidente António Pita e a D.a Fernanda), Carolino Tapadejo, TerriuS, Restaurante DJony e… o casal Morais!

E, encerrada a temporada de 2017 dos “Eat-inerários Slow @ Alentejo", muito mais haverá para descobrir e desfrutar com este projecto de slow travel, que tem dado a conhecer um outro Alentejo (desde 2010), genuíno (terroir, food & slowness), amiúde por estradas secundárias afastadas das rotas habituais, à (re)descoberta de espaços rurais menos conhecidos, recantos inesperados, sabores autênticos e experiências singulares, sempre em interacção com as comunidades locais… em R4, noutro clássico ou… à boleia!

Entretanto, votos de um deslumbR4nte 2018!