13 Julho 2015      09:21

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PROPOSTAS LIVRE

Dos partidos independentes, o Livre é, provavelmente, o que mais impacto tem causado nos últimos tempos, quer pela forma de actuação, quer pelo incentivo à participação dos cidadãos nas tomadas de decisão programáticas.

Com o lema “Avançar agora para recuperar o futuro”, o Livre apresenta-nos as suas linhas programáticas, disponíveis em http://tempodeavancar.net/?page_id=875.

Em primeiro lugar, o Livre avança com a proposta de reestruturação da dívida como relançamento do investimento. Tal como já foi aqui anteriormente defendido, o Livre defende a união com outros países da União Europeia por forma a conseguir melhores resultados na renegociação da dívida.

De seguida o Livre propõe o aumento do crédito às empresas, medida essencial mas que, necessariamente, tem sempre de ser aplicada com cautela. Não nos podemos esquecer que a facilidade de crédito levou à crise financeira da qual Portugal ainda luta para sair.

Também ao longo deste programa encontramos posições comuns com o PS e o BE, pelo que tentaremos realçar as medidas que constituem novidade, sob pena de cairmos numa análise repetitiva.

A nível da relação dos jovens com a política, o Livre propõe a inserção da disciplina de educação para a cidadania como forma de fomentar o despertar dos jovens para a importância da participação activa na política.

O Livre ressuscita a ideia da regionalização, como forma de fomentar o poder descentralizado. Embora de início pareça uma boa medida, fica a faltar um pouco mais de concretização. Fala-se na criação de regiões administrativas mas não se especifica quais serão, pormenor que marcará toda a diferença entre a aceitação ou a rejeição da proposta apresentada.

Igualmente a desejar, deixam as propostas para a Segurança Social, neste caso, a falta delas. Foca-se o problema e a necessidade de intervenção, no entanto, não se apresentam medidas que modifiquem tal estado de coisas.

A nível da saúde e pela positiva, destaque-se a aposta nos cuidados de saúde primários. Num País em que foram fechados serviços médicos e de urgência completamente às cegas, deixando populações a quilómetros de um cuidado de emergência, esta é uma medida prioritária e certamente passível de aplicação.

Temos aqui uma novidade que merece um verdadeiro destaque: a aposta na potencialidade da Zona Económica Exclusiva apostando no investimento na pesca e dos recursos oceânicos.

Finalizando, o Livre retoma a necessidade de reforma da tomada de decisões a nível europeu, nomeadamente a nível do poder da comissão europeia e à retirada do poder das mãos da Troika.

Por fim, o Livre insiste na necessidade a retirada de armamento em detrimento de negociações pela paz. Cremos que esta não será a melhor via.

Deve apostar-se nas negociações referidas pelo Livre, mas sem deitarmos fora o nosso armamento, que já de si é pouco.

Em resumo, o Livre mostra-se sem dúvida um Partido à esquerda, tendo em conta o Estado Social e o reforço de Portugal e dos países mais pequenos a nível europeu. Peca apenas pela falta de concretização de propostas neste enquadramento em situações como a regionalização e a segurança social.

Esperemos que o erro seja corrigido a tempo.