1 Junho 2015      10:43

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PÃO E CIRCO?

Ao longo destes últimos dias, chegaram-me várias opiniões sobre o estado em que se encontram determinadas situações em Évora, sendo que já tive oportunidade de ver algumas presencialmente.

Em primeiro lugar, como já é do conhecimento público, a câmara e a entidade responsável pela instalação das escadas sitas junto à muralha durante a Feira de São João, acharam por bem colocar calços debaixo da estrutura metálica das escadas por forma a que estas chegassem às muralhas.

Quem viu as imagens, pode observar a instabilidade de uma estrutura que se destina a várias dezenas de pessoas que, ao longo de toda a Feira ali se deslocam e sentam para ver espectáculos ou descansar.

Quem vai ao espaço por estes dias, vê um conjunto de tábuas a tapar a bela invenção de segurança.

Agora pergunto, como pode uma Câmara permitir uma situação destas? Como se pode colocar assim em risco a vida das pessoas?

Em segundo lugar, pessoas que se deslocaram de visita à cidade, questionaram-me o porquê do “matagal” (não são palavras minhas) junto às muralhas. Sinceramente, por muito que me esforce, não consigo ver ali qualquer cartão de visita da cidade.

O que em tempos foi um espaço verde cuidado e apelativo, depressa se tornou num aglomerado de ervas e folhas enormes que, a continuar assim, acabarão por limitar o acesso ao espaço junto das muralhas.

Em terceiro lugar está mais um cartão de visita da cidade: Os buracos e o mau estado da estrada em direcção a Montemor.

Quem passa ali frequentemente, quase tem que escolher o caminho com menos buracos para que possa continuar a seguir viagem sem incidentes de percurso sendo esta uma situação que se tem arrastado ao longo do tempo e que, pelo que me vem parecendo, está muito longe de vir a ser resolvida…

Em quarto lugar: o BIME foi cancelado por falta de verbas.

Não duvido da falta das mesmas. No entanto, estranho o silêncio em redor de uma temática que, até há bem pouco tempo suscitava reportagens televisivas e impossibilitava a actuação de determinadas companhias.

Sou a favor da imparcialidade nestas questões pelo que, creio que o mínimo que se esperava seria uma intervenção igual ou maior que a existente nesses tempos.

Uma vez que não temos Ministério da Cultura, haja alguém que interceda pela mesma junto das entidades responsáveis.

No meio de tanta denúncia, o que vem fazer a CME?

Lança uma notícia relacionada com o alegado regresso do cinema a Évora.

Espero sinceramente que se verifique e que, contrariamente ao que sucedia nos últimos anos de cinema, existam mais do que três pessoas por sessão, por forma a que o mesmo se mantenha e a que se possam trazer bons filmes à cidade.

No entanto, não posso deixar de notar a coincidência entre as datas de saída das notícias.

Não quero crer que a CME esteja a “tapar o sol com a peneira” lançando notícias que, a acontecerem, serão efectivamente boas, por forma a que não se fale tanto das questões por resolver que continuam a afectar a cidade.

Há espectáculos e eventos recreativos com fartura. Que venham os mesmos e assim continuem a existir na cidade.

No entanto, a gestão autárquica implica um pouco mais que manter a população animada.

Quer-se animação e cultura sim, mas também segurança e manutenção dos espaços que levaram à consideração de Évora como cidade património mundial da humanidade.

Não basta pão e circo meus senhores. Não basta…..