13 Maio 2015      18:12

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NO DIA 1 DE MAIO CELEBRÁMOS O DIA DO TRABALHADOR?

O 1º de maio, além de ser um dia de folga e descanso, representa muito mais do que um mero feriado inserido no calendário nacional. Esta data comemorativa remete para uma reflexão profunda sobre os direitos adquiridos, senso de cidadania e união popular.

A História do Dia do Trabalhador está intimamente ligada com as manifestações ocorridas na cidade de Chicago no dia 1 de maio de 1886. Naquele dia, milhares de trabalhadores foram para a rua reivindicar melhores condições de trabalho, entre outras, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Também nesse dia, nos Estados Unidos da América, teve início uma grande greve geral dos trabalhadores, que nos dias seguintes se desenvolve sob forte repressão policial. O movimento espalhou-se pelo mundo e no ano seguinte, um pouco por toda a Europa, também os trabalhadores decidiram parar por protesto. Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear os manifestantes que morreram em 1886, a Segunda Internacional Socialista, por ocasião do Congresso Internacional de Paris ocorrido em junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que viria a ser comemorado no primeiro dia de maio de cada ano.

No contexto atual, e olhando de frente para o passado, esta data assume progressivamente maior importância e relevância para os trabalhadores. As causas de luta não são assim tão diferentes. Outrora lutava-se para obter melhores condições de trabalho, hoje luta-se para não perder os direitos adquiridos.

Apesar da génese do movimento sindical ter ocorrido acerca de 200 anos, hoje, tal como antes, resiste e persiste a ideia redutora de que o trabalhador é apenas um instrumento para maximizar o lucro dos patrões. E o resultado está à vista de todos, materializado nas medidas de exploração e empobrecimento dos trabalhadores, das quais destaco: a redução dos salários reais; o aumento da carga fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores; o aumento do número de horas semanais; a redução do número de dias de férias; a supressão de quatro feriados nacionais; a ausência de políticas de promoção do emprego e combate à precariedade laboral; a destruição e extinção massiva de postos de trabalho; e a facilitação dos despedimentos e diminuição drástica das indemnizações.

Necessitamos, por isso, de fazer uma dura reflexão sobre o caminho que trilhamos a coberto do chapéu da austeridade e exigir a renovação das políticas do trabalho, com novas ideias e novas abordagens que revisitando o nosso passado, afirmem o presente, de modo a preparar os desafios futuros que iremos enfrentar.

Todos temos a obrigação de desafiar os partidos políticos a incluírem nas suas propostas eleitorais uma abordagem inovadora para uma nova política do trabalho para a década, que efetivamente valorize e defenda o trabalhador.

Entretanto, acredito que esperança prevalecerá sobre a descrença e a desconfiança instalada.