9 Janeiro 2015      00:00

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Magnólia é Made in Alentejo

Ricardo Silva e Pedro Sousa são dois jovens empresários dinâmicos que apostam no desenvolvimento de uma nova marca. Magnólia, empresa criada há cerca de três meses, pretende dotar os produtos típicos alentejanos de uma estratégia de comunicação apelativa e de um packaging inovador e arrojado. Através dos serviços disponibilizados por esta empresa sediada em Beja, os produtos alentejanos ganham um novo destaque quer em Portugal quer no resto do mundo.

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Tribuna Alentejo: A empresa Magnólia, criada em 2013, pretende dar a conhecer os sabores da região Alentejo ao mundo. Como surgiu a ideia de desenvolverem esta marca?

Ricardo Silva: A Magnólia tem o seu ponto de partida efetivamente em finais de Junho de 2013, mas a sua origem enquanto conceito partiu, como tantos outras ideias, de um trabalho académico no âmbito de uma disciplina da Licenciatura de Gestão de Empresas da ESTIG há precisamente uma década! Dos membros que constituíam os mentores do projeto, apenas um acreditou que o conceito poderia ter pernas para andar e através da amizade e espírito proativo daquele que seria o seu futuro sócio, avançaram para a constituição da empresa e principalmente na aventura “Magnólia”.

A constituição da marca Magnólia nos dias de hoje faz todo o sentido. Se pensarmos que temos produtos de excelência no “nosso” Baixo Alentejo e que essa excelência apenas está ao alcance de poucos, torna-se necessário, cada vez mais, valorizar o produto para além do saber fazer, temos que o saber comunicar, e adaptar a nossa forma de transmitir a marca aos mais variados públicos. É neste capítulo que a Magnólia quer intervir. Sentimos que existe a necessidade de veículos que consigam levar a nossa cultura gastronómica, de forma contemporânea, ao nosso Mundo atual que cada vez se torna mais Global.

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TA: Da Magnólia fazem parte dois jovens empresários dinâmicos. Querem apresentar-se aos nossos leitores?

RS: Os dois jovens empresários já têm alguma experiência ao nível empresarial, mas na atividade que a Magnólia se pretende implementar ainda estão a dar os primeiros passos.

Ricardo Silva, eu próprio, 30 anos, sou Mestre em Gestão Empresarial pela Faculdade de Economia do Algarve, a nível profissional sou desde 2007 Sócio Gerente de um escritório de Contabilidade e Gestão de Empresas, tendo o seu processo evoluído por diversas áreas da gestão e contabilidade públicas e privadas, mas a minha grande paixão é a gestão de projetos dinamizadores como aquele que estamos a desenvolver.

Pedro Sousa, 38 anos, Arquiteto e está actualmente a tirar o Doutoramento em Madrid, reside em Lisboa onde é o Sócio Gerente do atelier Pedro Sousa Arquitetos, onde desde 2002 tem coordenado vários projetos em diversos pontos do país e principalmente projetos em Espanha e Itália.

Para além de nós, os sócios, temos ainda duas estagiárias integradas na medida de estágios profissionais do IEFP: Adriana Silva, 22 anos, Mestre em Branding e Packaging pela BAU, Centre Universitari de Disseny em Barcelona, reside em Beja e esta é uma das suas primeiras experiências profissionais na área. Adora desenhar, e a sua paixão por Beja faz com que lute para se manter na cidade. Beatriz Pereira, 21 anos, Licenciada em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, reside em Beja e é também uma apaixonada pelo nosso Alentejo. É muito dinâmica e proativa, tem muita garra e vontade de inovar. Quer sem dúvida levar o Alentejo além-fronteiras.

TA: Que produtos foram até agora desenvolvidos pela vossa empresa?

RS: A atividade efetiva da empresa teve início no dia 15 de Outubro de 2014. Este período tem sido essencial para criar e cimentar dinâmicas intrínsecas a uma start up. No entanto, neste curto espaço de tempo, já existe um produto que irá ser lançado no período natalício e que esperamos que a sua essência seja caraterizadora do conceito Magnólia. Mais do que os frutos comerciais é importante dar a conhecer a todos os agentes económicos da região a nossa visão dos produtos tradicionais.

TA: Quem são os principais clientes? Até quem/onde chega actualmente a Magnólia?

RS: Neste momento a Magnólia ainda não comercializou qualquer produto, pelo que ainda não podemos afirmar que temos “principais clientes”. Por hora já existem vários contatos com agentes económicos regionais e nacionais para a comercialização dos nossos produtos, sem deixar escapar o nosso foco no cliente final.

TA: Que resposta a que lacunas vem a Magnólia dar? Na vossa opinião, o que estava a faltar no Baixo Alentejo ao nível da comunicação das empresas para que os produtos tradicionais alentejanos chegassem mais longe? De que forma vem a Magnólia agilizar essa comunicação?

RS: Todos os bons produtos do Alentejo e aqueles que são verdadeiramente tradicionais e artesanais, pertencem a pessoas mais velhas, ou então pessoas que não dominam a área da comunicação e/ou que não querem perder muito tempo a pensar nisso. Hoje em dia ainda existe, no Alentejo principalmente, mas em termos nacionais, muitas lacunas ao nível de comunicação, apesar de ser um importante instrumento para a gestão e crucial para o estabelecimento e fortalecimento de relações com os mais diversos públicos das empresas, ainda é considerado como algo “extra”. Aqui no Alentejo o pensamento ainda é: se quero abrir um negócio eu quero é tê-lo aberto, o meu produto é muito bom, o meu vizinho acha que é muito bom e vai arranjar-me alguns clientes. É isto que acontece, e como os produtos são de elevada qualidade e artesanais a produção é pouca e rapidamente se consegue vender toda a produção porque o produto é na realidade de uma qualidade bastante elevada. O que é necessário é através de uma boa comunicação e de um packaging inovador e arrojado, dotar os produtos de vantagem competitiva e limar os melhores diamantes das nossas planícies para que eles possam brilhar no resto do país e também no mundo é essa a nossa missão.

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TA: Como chegaram à definição da marca “Magnólia”? Há alguma história interessante por trás da escolha da marca?

RS: Magnólia surge numa ótica internacional, pois este é um nome transversal a todas as línguas e assim fácil de dar a conhecer. A escolha do nome nada tem a ver com a planta, mas apenas uma estratégia. Entendemos que a definição do nome da marca não é garantia do sucesso do produto, mas apenas uma forma de o “chamar”!

TA: Como é que os clientes podem adquirir os vossos produtos? Vendem online, em lojas, feiras…

RS: Neste momento o objetivo passa pela presença online e a venda em casas especializadas. Com o suposto crescimento da marca entendemos que a venda direta para a hotelaria e restauração será um passo natural, sendo a internacionalização o grande objetivo da empresa e aí a venda online e os distribuidores internacionais serão os principais veículos para chegar aos nossos potenciais clientes.

TA: Querem deixar alguma mensagem aos jovens da vossa geração, sobretudo quando a grande maioria apenas encontra como alternativa a emigração?

RS: A mensagem só pode ser uma. Esta passa por alterar mentalidades e focar na palavra cooperação. Esta é a nossa estratégia para o sucesso e é nela que acreditamos para crescer. É importante acreditar no nosso país, e essencial acreditar em nós.

TA: E aos apaixonados pelo Alentejo? Querem deixar alguma mensagem?

RS: Nós comprometemo-nos a tentar alimentar essa paixão, não só através dos produtos mas também pelo orgulho dessa paixão. A Magnólia assume o compromisso de tentar apaixonar novos públicos tanto nacionais como internacionais, e fazer com que os Alentejanos se apaixonem todos os dias pela sua região.

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