7 Abril 2015      13:25

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Linguagem Universal… sim existe!

Voltei a sair de Portugal, desta vez com destino à Turquia. Várias vezes já reflecti sobre a importância de falar uma língua estrangeira de forma a ter uma base de apoio em situações diversas em que necessitamos de comunicar com alguém. Pois bem, na Turquia, especialmente em Ankara, 99% da população (de acordo com a minha experiência) não fala qualquer tipo de língua estrangeira, sendo apenas turco o essencial, algo que para mim é exactamente o mesmo que grego, pois apenas sei meia dúzia de palavras em turco. Certamente esta percentagem tem apenas a ver coma minha frustração, mas a verdade é que não encontrei ninguém capaz de me dar uma informação que falasse inglês, ou francês, ou espanhol…

Esta viagem foi diferente, não apenas por termos ido pela Lufthansa dois dias após a queda do A320 no Alpes e no regresso termos ficado retidas em Munique no meio de uma das maiores tempestades que assolou o Norte da Europa nos últimos anos, mas simplesmente porque não consegui prepará-la devidamente, devido à quantidade exorbitante de trabalho que tive nos dias que a antecederam, o que significa que já no terreno, tentei pedir informações no meio da rua e notei que os turcos são extremamente amáveis e disponíveis e falaram imenso comigo, só que em turco! Aquilo a que nós chamamos “conversa de malucos”, aconteceu comigo várias vezes, pois eu pedia uma informação em inglês e a pessoa desatava a falar comigo em turco, como se não houvesse amanhã – verdadeiros diálogos sobre sabe-se lá o quê!

Muitas dessas conversas culminaram em linguagem universal, ou seja por gestos e alguns sons. Senti-me uma verdadeira maluca a fazer pequenos “sketchs” no meio da rua, como por exemplo a pedir informações sobre a localização da mesquita mais próxima, em que tive que simular que estava a rezar, ou a ter que entrar dentro de um balcão para apontar o que quero comer ou mesmo entrar num táxi para nos levar aos comboios, e acabar por comunicar com o senhor dizendo “pu pu… txica txica txica” (sim, isto é o som do comboio).

Ankara, onde estive, ainda que seja a capital da Turquia é uma cidade com muito pouco turismo, pois os ex-libris turísticos da Turquia são Istanbul e a Capadoccia, onde efectivamente há muito turismo e preparação para o acolher. O facto de uma cidade não estar preparada para o turismo dificulta a vida a todos aqueles que não falem a língua de origem. No entanto, tenho que confessar que a amabilidade com que fui recebida me deixou encantada e ainda que no meio das dificuldades sentidas, graças à linguagem universal acabei sempre por chegar onde queria e obter a informação desejada. Foi mais difícil, é verdade, mas consegui!

Não se inibam, sempre que precisarem e se virem enrascados, gesticulem, emitam sons, façam aquilo que for necessário, mas obtenham aquilo que necessitam. Nestas situações não há vergonha nenhuma, a necessidade fala mais alto!

“Quem tem boca vai a Roma”, diz o antigo ditado, o que é uma verdade bem verdadeira!