5 Agosto 2015      12:57

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JANTAR COM COZINHA PRÉ-HISTÓRICA NOS PERDIGÕES

Situado em Reguengos de Monsaraz, Complexo arqueológico dos Perdigões tem cerca de 5.500 anos. Ocupado entre os anos 4000 e 3000 a.C., o povoado dos Perdigões é um grande complexo de recintos delimitados por grandes fossos (estruturas escavadas na rocha), com necrópoles (cemitérios) e um cromeleque de menires associado (recintos cerimoniais circulares compostos por grandes blocos de pedra colocado ao alto).

O sítio terá tido um papel muito importante para as comunidades que habitavam aquela área na Pré-história e seria, provavelmente, um local utilizado para a prática de cerimónias rituais relacionadas com o culto dos mortos e dos antepassados, como conclui o Núcleo de Investigação Arqueológica da ERA Arqueologia, em escavações e estudos no local há 18 anos.

Pode ser visitado diariamente durante a semana aberta que decorre até a dia 8 de agosto. Esta semana, promovida pela Era Arqueologia e com o apoio do Município de Reguengos de Monsaraz e da Herdade do Esporão, engloba visitas às escavações ao Museu dos Perdigões, ateliês sobre “A vida na Pré-história” - no Núcleo Histórico da Herdade do Esporão – mas também algo mais fora do comum: um jantar neolítico.

Decorrerá na sexta, pelas 19 horas, no Núcleo Histórico da Herdade do Esporão, e esta será, certamente, uma experiência única. A intenção é  reproduzir a cozinha pré-histórica a partir dos dados provenientes de escavações arqueológicas; da ementa fazem parte a carne e o marisco em estrutura de cuvete (carne cortada em pedaços misturada com mexilhões, ameijoas, berbigão e lambujinha, cozinhada em estrutura de cuvete forrada a seixos de rio previamente aquecidos e coberta por pele de animal e folhas), Coelho na panela (coelho temperado com ervas, cozinhado com cogumelos e acompanhado com lentilhas cozidas em panela de barro neolítica), Coelho com mel e ervas (coelho na grelha de madeira sobre o fogo e barrado consecutivamente com mel e ervas até estar pronto), Peixe no barro (truta salmonada temperada com ervas aromáticas, enrolada em folhas largas e cozinhada sobre casca de árvore coberta com argila), Carne no espeto (naco de carne de vários quilos espetado em paus e cozinhado diretamente no fogo durante várias horas) e como acompanhamentos haverá frutos silvestres, frutos secos e infusões.

Ainda na sexta, mas pelas 10h, no ateliê “Moldando a argila”, poderão ser experimentadas as técnicas utilizadas na Pré-história para a produção de recipientes cerâmicos, saber para que serviam e como eram utilizados e, mais tarde, às 16h, tema do ateliê é “Adornos Pré-históricos” e vai ensinar a todos os interessados como se produzem diversos adornos feitos com conchas, osso ou placas de xisto.

Decorrerão também na sexta uma palestra sobre “Religião, animismo ou totemismo: aspetos das produções iconográficas dos Perdigões”, uma visita às caves do Esporão e demonstrações de talhe de pedra, pintura rupestre, trabalho em osso e produção de fogo.