29 Setembro 2015      11:38

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FILIPA LOBATO

TRIBUNA ALENTEJO (TA) - Porque é que se candidata à Assembleia da República?

FILIPA LOBATO (FL) - Por sentir que posso contribuir para uma sociedade em profunda MUDANÇA, sendo o reflexo dessa mesma mudança. Reabilitando valores no ser humano que no coletivo foram votados ao esquecimento, tornando a existência deste coletivo humano algo de antinatural, devido a uma hipervalorização do TER em detrimento do SER.

 

TA - Que diferenças existem entre esta candidatura e as restantes?

FL - É uma candidatura que se manifesta através de uma consciência de que “Todos Somos Um”. Todos os sistemas estão profundamente interligados: PESSOAS – ANIMAIS - NATUREZA. E é neste interconexão que a Existência de todos, nesta “Casa Comum” – TERRA, deverá ser vivida. Legislar com esta consciência desperta, permitirá criar condições para que TODOS possam efetivamente VIVER e não sobreviver.

 

TA - No seu entender, quais são os pontos fortes do Alentejo?

FL - Forte sentido de coletivo – onde a SOLIDARIEDADE é real. A natureza ainda “respira”. A arquitetura é “desenhada” à escala humana.

 

TA - E os fracos?

FL - A prática de desportos que trazem sofrimento a outros animais. É uma zona do país onde a NORMOSE está profundamente enraizada. A Educação.

 

TA - Ainda se justifica utilizar os termos “esquerda” e “direita” em política?

FL - Atualmente esta terminologia está “fora de prazo” sendo que ainda se manifesta pois estamos a viver uma mudança de paradigma.

 

TA - Portugal virado para a Europa e para a União Europeia, ou não?

FL - Claro que sim, porque é nela que geograficamente se encontra e é com a União Europeia que se está a ensaiar o viver em paz na “Casa Comum”. Mas também um Portugal virado para o mundo pois é o código de ADN deste país.

 

TA - Regionalização: sim ou não?

FL - Sim, desde que assente na ativação do potencial de cada região nunca esquecendo que é uma parcela interconectada com todo o planeta.

 

TA - Se pudesse fazer um só projeto pelo seu círculo eleitoral, qual seria?

FL - Seria um projeto ligado à EDUCAÇÃO.

Neste projeto, as ARTES seriam as fundações do mesmo, dado que é algo que nasce com o ser humano e que naturalmente devem ser expressadas.

Neste projeto de escola, cada cidadão, de qualquer idade, poderia sentir ser um “eterno estudante”. Onde todos os alunos pudessem desenvolver, ao ritmo de cada um, não a competitividade mas sim a solidariedade; um projeto de educação onde cada estudante sentisse a possibilidade de entrar na “aula do espanto” e nela permanecer até integrar os diversos conhecimentos que naturalmente mais o atraíssem.

Um projeto de educação no qual cada professor fosse efetivamente um facilitador de consciência. Onde o critério de seleção do facilitador seria assente na sapiência revelada na sua prática de vida.

Neste projeto estaria incluído necessariamente a escola de pais e encarregados de educação, onde como facilitadores de consciência, que também deverão ser, poderiam encontrar suporte de outros facilitadores para a partilha e aconselhamento no desenvolvimento sustentável do aluno.

Para desenvolvimento deste conceito de ESCOLA, os espaços físicos a serem utilizados, seriam arquitetonicamente “orgânicos” e sustentáveis, nos quais os seus habitantes circulassem de forma harmoniosa. Onde o atual toque de campainha seria substituído por excertos de música clássica de compositores nacionais, cujas peças seriam parte integrante da matéria de estudo do aluno.

Um projeto onde animais domésticos estariam presentes para estimular o desenvolvimento do conhecimento do comportamento destes animais entre si e na relação com os humanos, dando a conhecer os direitos dos mesmos e o quanto eles são verdadeiros “mestres” na pratica do amor incondicional.

Um projeto onde a vivência junto dos reinos mineral e vegetal, seria o grande “laboratório” para desenvolvimento da consciência da interconexão dos vários sistemas. Reabilitar o conhecimento das plantas medicinais para uma aplicação na prevenção da saúde.

Implementar o exercício da RESPIRAÇÂO para a vivência do desenvolvimento da ATENÇÃO PLENA.

É efetivamente um projeto que visa desenvolver, em cada ser humano a Arte de Existir e a Arte de Morrer, sendo que é desta duas faces que a Vida é composta.

Este projeto, desenhado para ser de âmbito nacional, daria plena autonomia a cada “Escola do Espanto” para assim poder aplicar esta metodologia consoante a realidade de cada população escolar.

(Nota: Esta metodologia retiraria a designação de Ensino Básico; Médio e Superior, criando somente o conceito de CICLOS (I; II; III…), para que se retire o que está implícito no significado da palavra, induzindo à descriminação como que sendo um melhor do que o outro.)

 

TA - Como vê o Alentejo em 2020?

FL - A minha visão para o Alentejo daqui a cinco anos assenta na realidade atual de estarmos a viver o nascimento de um novo paradigma. Assim teremos:

  • Proteção e Bem-estar do animal humano e não humano como uma realidade do dia-a-dia de todos nós.
  • Uma prática maioritária de agricultura que permite a regeneração dos solos, livre de produtos tóxicos.
  • A população escolar com possibilidade de escolher uma dieta vegetariana na cantina da cada uma das escolas públicas.
  • Os pais e encarregados de educação com tempo para partilharem com as suas crianças e educandos, momentos estruturantes porque beneficiam de uma redução do horário de trabalho. Criando assim laços afetivos que são eles preventivos da saúde emocional e física.
  • Menos horas de trabalho gerando um maior números de pessoas empregadas, devolvendo a estabilidade emocional e material que qualquer cidadão necessita, neste modelo de sociedade.
  • Uma população mais saudável por poder aprende uma alimentação mais equilibrada através de workshops gratuitos, organizados em todos os municípios.
  • As cidades a serem mais respiráveis tendo maioritariamente em circulação, veículos não poluentes.
  • As cidades com muitas zonas verdes onde árvores de fruto e vegetais são plantados e cultivados. A colheita é realizada pelo município, e distribuídos para instituições de apoio aos cidadãos mais carenciados.
  • Escolas públicas, onde todos os ciclos contam com um programa de “ensino” gerador de partilha dos valores holísticos.
  • A criação da “Casa de Família” para acolher cidadãos sem família, de qualquer idade e animais domésticos cujos cuidadores faleceram e que voltam a ter, nesta casa, a oportunidade de criar laços de afeto e assim dar continuidade a uma existência onde o sorriso é uma constante.

Para que tudo o que acabei de mencionar possa vir a ser uma realidade para TODOS, é fundamental que cada eleitor que queira ver a MUDANÇA em Portugal, assuma ser ele próprio essa mudança e que dia 4 de Outubro vá votar em consciência. Já não se pode dizer que não há em quem votar.

O PAN tem um programa para Portugal que contempla tudo o que já mencionei e muito mais. Poderá ler aqui: http://www.legislativas2015.pan.com.pt