7 Agosto 2015      12:03

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DITAR OU LIDERAR?

Em 1936 o mundo não tinha computadores, não havia tweets, pins ou posts no Facebook.

De lá para cá muita coisa mudou mas muita coisa mantém-se igual, por exemplo a forma como devemos tratar as outras pessoas.

A esse propósito e em 1936 Dale Carnegie, um talentoso orador e conferencista, que foi conselheiro de inúmeros líderes mundiais, lançou o seu livro “Como ganhar amigos e influenciar pessoas”, onde partilha as suas experiências de anos de liderança bem-sucedidos.

E as suas lições, ao contrário do que se pensa, não estavam focadas em métodos para assaltar o poder ou em manuais de bajulação.

Em vez disso Carnegie percebeu que para ganhar poder e ter mais sucesso nos negócios basta tratar as outras pessoas com simpatia.

E explica como.

 

1. Pense para além de si mesmo

É fácil viver a partir de seu próprio ponto de vista, percebendo situações e conflitos a partir da sua perspectiva individual. É o que a maioria das pessoas faz, e, como Carnegie observa, é o motivo que leva a que o confronto de opiniões diferentes resulte sempre em conflito.

Se você e um colega entram numa controvérsia digamos por exemplo porque ele é um falador no local de trabalho, não entre automaticamente na defensiva ou no ataque. Calce os sapatos dele. Antes de o censurar, tente colocar-se na posição dele. Talvez ele seja assim falador fruto de anteriores funções que tenha desempenhado ou talvez ele goste muito do que faz, daí ser tão animado.

E você não deve querer acabar com esse entusiasmo. Depois de descoberto o ímpeto que está por detrás das acções, é mais simples trabalhar com empatia na direcção de uma boa solução.

Vai descobrir que comportando-se assim o torna num líder simpático e um líder simpático é um melhor líder em geral.

 

2. Envolva-se e interesse-se

Toda a gente conhece aquele tipo de pessoas que só fala sobre si mesma e que você nota que quando se cala para ouvir os outros não está realmente a ouvir nada. Não é divertido falar com elas e não é fácil simpatizar com elas.

Para ser simpático, Carnegie faz algumas recomendações tremendas:

Seja genuinamente interessado nos outros. Lembre-se do nome das outras pessoas. Encoraje as pessoas a falar de si mesmas. Ouça atentamente.

Quer se trate de um evento de networking, reunião de equipa ou mesmo num almoço com um colega novo, certifique-se de seguir a regra de ouro e tratar os outros como você gostaria de ser tratado.

 

3. Empoderar e incentivar

Já de certeza que teve aquele chefe que o chamava em voz alta assim que identificava alguma falha ou erro, por muito pequenos que tivessem sido.

Lembra-se da sensação que sentiu depois do raspanete? Eu lembro-me e não era nada boa.

A situação foi tão enervante que me causou uma certa náusea. Se for como eu, depois de uma situação destas, ganhou timidez ou perdeu iniciativa e vontade de correr riscos para não cometer mais falhas. Mas essa reacção é extremamente prejudicial para a sua equipa.

Se todos forem a fazer o mesmo, acabam-se as grandes ideias, a confiança que cada um tem nos seus próprios instintos e isso não será bom, de maneira nenhuma, tanto para os seus clientes como para o local de trabalho.

 

Em vez de agir rispidamente com os erros ou falhas, siga o conselho de Carnegie:

Comece sempre por elogiar os pontos fortes da pessoa e do seu trabalho. Por exemplo: “Está a produzir um número de peças por hora extraordinário mas…”

Partilhe as suas próprias experiências com falhas para evitar que a pessoa com quem fala se sinta diminuída ou humilhada. Por exemplo: “ Lembro da primeira vez que fiz esse trabalho e fi-lo muito rapidamente mas acabei por enviar um mail à pessoa errada e foi uma bronca.”

Não perca a oportunidade de elogiar cada melhoria que acontece. Se o fizer sempre a pessoa vai sentir confiança e manter-se empenhada em melhorar sempre.

Isso irá ajudá-los a crescer, a ter mais confiança em si mesmos e a tornarem-se líderes do amanhã. Imagine que quando lidera uma equipa está a formar futuros líderes. Acabará por construir uma grande equipa e a ensinar-lhes como vir a fazer novos líderes no futuro. E a não ser esquecido.

Muita coisa mudou nos últimos oitenta e tal anos, mas a forma como deve tratar os outros não. O Carnegie continua muito actual.

Artigo original daqui.

 

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