Mais uma vez a Europa está em reboliço com as alterações na Grécia.
Após a saída do grande mentor da reestruturação da dívida grega do Governo, pouco mais restou a Tsipras que apresentar também a sua demissão.
Bem ou mal, Varoufakis chegou e tentou mudar algo que Tsipras não conseguiu manter: a forma como os países com menos poder podem actua junto de países como a Alemanha e a França.
Houve o exemplo mas não houve a coragem de apoiar esse mesmo rumo e tornar a Europa naquilo que esta nasceu para ser: uma verdadeira união de Países nas suas diversidades.
Neste momento a Grécia regressou à estaca zero e a direita portuguesa encontra-se a rejubilar com esta demissão e com a marcação de eleições muito pouco antes das legislativas, na esperança do efeito de contágio que sempre negaram.
O que acontece é que, tal como o Governo não se cansa de dizer, Portugal não é a Grécia e, contrariamente ao que por aí se diz, a esquerda portuguesa, com excepção, possivelmente do Bloco de Esquerda, não é o Syriza.
A esquerda portuguesa elogiou a atitude e a coragem mas demarcou a sua posição em temáticas como a saída do euro, negando veementemente essa possibilidade pelo que ouvir vozes da direita acenar a demissão de Tsipras como o futuro de Portugal caso a coligação não se mantenha no Governo é praticamente a mesma coisa que afirmar que só com esta mesma coligação se evitará um terceiro resgate.
A questão que se coloca é: se existe risco de terceiro resgate, então o que correu mal nesta fábula encenada pelo Governo e seus apoiantes?
A ideia de Passos e Portas era fazer crescer o País e dar melhores condições de vida aos portugueses.
Ora, com os dados já sobejamente conhecidos e com notícias como as que saíram hoje dando conta da falta de liquidação da pensão de alimentos por motivos económicos este certamente não será o rumo.
Como em todos os caminhos que acabam, há que olhar para o que correu bem e imitar ou melhorar e aprender com os erros cometidos.
Esperamos que em Portugal este seja, definitivamente, o caminho.