24 Julho 2015      16:59

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CRIATIVOS MADE IN ALENTEJO

Stephan e Anette visitaram Portugal há cerca de 30 anos e não quiseram mais voltar à sua terra natal.

Os criadores de todas as peças manufacturadas que podemos encontrar em Alentejoazul  http://alentejoazul.dawanda.com e no Facebook www.facebook.com/Alentejoazul, construíram em Vila Nova de Mil Fontes a sua vida, mais precisamente na Aldeia de S. Luís. E dizem que o Alentejo é a terra do seu coração. Desde acessórios de moda, a utensílios de cozinha, passando por materiais de escritório,  são várias as peças de  madeira de oliveira, xisto e cortiça que podemos encontrar à venda no sítio da internet.

 

Tribuna Alentejo: Alentejoazul. Porquê este nome?

Anette: O nome da nossa empresa representa o céu (quase sempre) azul do Alentejo (risos).  

 

Tribuna Alentejo: Quando e de que forma surgiu a ideia de criar peças que utilizamos no dia-a-dia a partir de matérias-primas da região Alentejo?

Anette: Trabalhámos como educadores de ensino especial durante 20 anos e ao mesmo tempo, nós construímos a nossa própria oficina. Como marceneiro, o meu marido Stephan  sempre soube apreciar a madeira de oliveira como material nobre. Mesmo o xisto local e a cortiça fascinaram-nos tanto, que decidimos viver inteiramente de artesanato.

 

Tribuna Alentejo: Como são feitas estas peças? A partir de onde são feitas?

Anette: A madeira de oliveira é um material muito difícil de ser processado. Há uma proporção acima da média de trabalho manual necessário a fim de obter bons resultados. Os materiais que usamos, a madeira de oliveira, o xisto  e a  cortiça, são todos locais. A produção é feita na nossa própria oficina, no nosso monte.

 

Tribuna Alentejo: Qual é a vossa relação com o Alentejo?

Anette: A minha primeira visita a Portugal aconteceu em 1983. A Costa Vicentina impressionou-me imediatamente . Apaixonei-me pelo belo país e pelas pessoas adoráveis e no ano seguinte resolvi ficar para sempre. E essa foi uma decisão muito boa. Eu vivo aqui mais tempo do que no meu país natal, a Alemanha. O Alentejo é a minha terra  do coração. O Stephan  veio pela primeira vez em 1974  de férias logo depois da revolução e ficou impressionado. Voltou em 1986, depois de um divórcio , para começar uma nova vida aqui. Conhecemo-nos em 1986 em Vila Nova de Milfontes  e desde aí que  estamos juntos. Vivemos perto da Aldeia São Luís, que fica 15 km de Vila Nova de Milfontes. 

 

Tribuna Alentejo: Qual a vossa área de formação ou a experiência profissional relacionada com esta área?

Anette: Nós somos educadores. Stephan é também um marceneiro profissional. Eu já tinha feito bijutaria na minha juventude. Ambos temos muita alegria no trabalho criativo.

 

Tribuna Alentejo: Quem são os criadores destas peças? Há uma equipa por detrás deste projeto ou é só a Anette e o Stephan?

Anette: As ideias para novos produtos vêm de nós dois. Eu estou  a projetar e produzir a nossa coleção de Bijuterias e acessórios. Cuido da contabilidade, marketing e da nossa loja on-line. Stephan é responsável desde serrar  as oliveiras até o produto acabado em madeira de oliveira bem como para os nossos produtos feitos de cortiça, xisto e garrafas recicladas. Mas contamos com cinco funcionários.

Tribuna Alentejo: É muito simples encomendar os produtos através da plataforma online, que é muito intuitiva. Mas para quem não sabe usar as novas tecnologias, há alguma outra forma de adquirir estes produtos? Por exemplo, costumam fazer-se representar em feiras?

Anette: Nós fazemos apenas duas Feiras por ano, a FACECO em São Teotónio e FEITUR em Vila Nova de Milfontes, mas temos uma exposição aqui no Monte, onde os nossos produtos também podem ser adquiridos. Além disso nós fornecemos algumas lojas em Lisboa (A VIDA PORTUGUESA), Porto, Évora, Reguengos, Monchique, Funchal, Vila Nova de Milfontes e  mais. E também Lojas na Alemanha, França, Áustria, Holanda e Suíça .

 

Tribuna Alentejo: Há muita procura para estas peças? Sente que as pessoas de uma forma geral estão a virar-se mais para este tipo de produtos ou é difícil chegar ao mercado?

Anette: Apesar da crise, a procura aumentou.Há uma tendência para comprar mais produtos locais e autênticos,em vez de comprar  mercadoria asiática produzida em massa .

 

Tribuna Alentejo: O que espera para a AlentejoAzul a médio-longo prazo? Qual a sua visão para o futuro deste projeto?

Anette: Esperamos que a nossa empresa continue por muitos anos. E criar ainda mais empregos.
 

Tribuna Alentejo: E para o Alentejo? O que gostava que mudasse nesta região?

Anette: Essa é uma pergunta difícil. Eu gosto do Alentejo. Seria bom se houvesse mais empregos e melhores serviços de saúde.