11 Agosto 2015      11:26

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CHEIRA MAL E SABE MAL – A ÁGUA EM BEJA

A água da rede pública de Beja cheira a mofo, sabe a terra e, por vezes, até apresenta uma cor diferente – fruto das ruturas que surgem nas ruas da cidade - o problema já dura há cerca de um mês, mas ainda não houve qualquer esclarecimento à população, por parte da autarquia nem de quem fornece a água em alta nos concelhos de Beja e Aljustrel, as Águas Públicas do Alentejo (AgdA), do Grupo Águas de Portugal nem da Autoridade de Saúde do Baixo Alentejo. 

Relata o “Público” que, ao regressar a casa após ter estado num cabeleireiro de Beja, o neto de Idalina Peralta fez uma declaração surpreendente: “Ele olhava para mim com ar de gozo e depois disse que o meu cabelo cheirava a cadáver.”

Existe na população o receio de utilizar a água até para cozinhar e quem não sabe do problema e tenta beber água nos bebedouros dos jardins e praças rapidamente a cospe.

Na passada quarta-feira o assunto foi tema da reunião de câmara e a oposição terá questionado a autarquia sobre o problema e, de acordo com o “Público”, Manuel Oliveira, vereador da CDU responsável pelo pelouro do Ambiente e Serviços Urbanos, terá desvalorizado a dimensão do problema dizendo que já aconteceu outras vezes e que, apesar das características organoléticas não serem as melhores, a qualidade microbiológica da água da rede pública está garantida.  

A situação dever-se-á ao calor e consequente abaixamento dos níveis de reserva de água, localizada na albufeira do Roxo – entre Beja e Aljustrel – segundo explicações dadas ao “Público” por uma técnica das Águas Públicas do Alentejo, que sublinhou os esforços em resolverem o problema e que a água, apesar do cheiro e do sabor, cumpre os parâmetros de qualidade exigidos pela legislação aplicável. No entanto, a água contém microalgas, cianobactérias e actinomicetes”, como confirmou fonte da mesma empresa e a Autoridade de Saúde Pública confirma também a presença de “alguns tipos de algas, bactérias e protozoários” na albufeira do Roxo voltando a referir que “não há registo de intoxicação em seres humanos.” 

A Barragem do Roxo tem sido alvo de algumas intervenções de modo a melhorar a qualidade da água mas ainda não foi explicado por que razão não foi acionado o reforço do armazenamento na albufeira do Roxo a partir de Alqueva. (ler mais aqui)

A albufeira do Roxo apresenta pouco mais de um terço da sua capacidade máxima de armazenamento e terá sido essa a razão para a “proliferação de microalgas, cianobactérias e actinomicetes”. (ler mais aqui)

A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) confirmou ao “Público” que não foi contactada nem recebeu qualquer solicitação nesse sentido.

 

Imagem daqui

Fonte “O Público”