10 Agosto 2015      10:21

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CAMPANHAS E CARTAZES

Esta semana rebentou mais um escândalo relativamente aos cartazes do PS, desta feita, dado que estão em causa direitos de terceiros, com alguma razão.

Uma campanha que retrata muitas verdades, acaba por ser posta na rua por erros inadmissíveis e já devidamente assumidos pelos responsáveis.

A campanha retrata muitas verdades e realidades, como o desemprego jovem, o trabalho precário e o desemprego de longa duração.

Ainda esta semana, numa reportagem sobre os ditos cartazes houve quem dissesse que os números errados não eram as datas, mas sim os do desemprego, que estarão mais elevados.

Sim, em 2010 ainda existiam desempregados sendo que a oposição da altura, Governo de hoje, chumbou um Programa que levou à demissão do Governo com o argumento de estarem a ser tomadas medidas demasiado duras para com os portugueses (já sem falar da famosa moção de censura contendo apenas uma frase).

Houve também uma oposição agora Governo que prometeu baixar esses números, bem como mundos e fundos em prol de menos Austeridade.

A história até aos dias de hoje já é conhecida por todos nós, austeridade, desemprego, pobreza e cada vez menos desenvolvido. Tantas promessas e cada vez menos resultados.

Nesta campanha parece que a coligação anda mais preocupada em criticar e brincar com os cartazes do PS do que propriamente em discutir e apresentar o programa que diz ter para os próximos quatro anos.

E enquanto andamos a brincar ao “o meu cartaz é mais bonito que o teu” milhares de portugueses continuam com as suas vidas em suspenso há espera de ver cumpridas promessas que há muito foram feitas.

Este não é nem nunca foi o meu tipo de campanha.

Enquanto as pessoas não começarem a perceber que a política se faz junto das pessoas e não em gabinetes, por mais cartazes que venham, haverá sempre alguém com uma ideia brilhante para o desconstruir.

Uma campanha não começa a meses das eleições.

A campanha começa no primeiro dia de mandato, com o cumprimento sério e rigoroso do programa que foi posto a votação e que os portugueses elegeram como seu.

Enquanto andarmos a brincar aos estilos de cartazes e ao meu director de campanha é mais competente que o teu, os portugueses continuarão a desconfiar da política e dos políticos.

Esta é a realidade. É certo que é muito mais fácil estar fechado em salas com companheiros de partido do que nas ruas, sujeito a ouvir opiniões contrárias à nossa.

Para mim a política é assim, de pessoas para pessoas.

Quanto aos cartazes por muitos e diferentes que sejam, o efeito será sempre o mesmo se não tiver uma atitude coerente a acompanhá-lo.

Esperemos que essa atitude permaneça em alguns casos e se reforce noutros.