20 Novembro 2015      17:13

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B DE BRINCAR É MADE IN ALENTEJO

Chamam-se Vilma van Harten e Carlos Ramos, nasceram em Angola e em Viseu, respetivamente, mas apaixonaram-se pela região do Alentejo quando vieram estudar na Universidade de Évora. Anos mais tarde, o nascimento do filho do casal determinou outro nascimento: o da marca B de Brincar. Fique a saber tudo nesta entrevista e conheça todos os brinquedos em https://www.facebook.com/BdeBrincar

Tribuna Alentejo: A Vilma e o Carlos vivem há 20 anos no Alentejo. De onde vieram? O que esteve na base desta mudança e o que os levou a ficar nesta região?

Vilma van Harten: Ambos estudámos na Universidade de Évora. Eu vim de Lisboa, onde vivi desde os 8 anos de idade, tendo sido a minha infância passada essencialmente na Holanda. O Carlos veio de Viseu. No final do curso estávamos já rendidos aos encantos do Alentejo: as paisagens, as pessoas, a qualidade de vida, a cultura. Surgiram oportunidades de emprego e ficaram reunidas as condições para nos fixarmos por cá.

 

Tribuna Alentejo: Antes de criarem a marca B de Brincar, a vossa atividade profissional estava relacionada com brinquedos ou com o universo infantil?

 

Carlos Ramos: Não, de todo. No meu caso, sempre estive ligado a atividades de consultoria empresarial e formação (que, de resto, mantenho) e a Vilma vem da área da Higiene e Segurança no Trabalho.

Tribuna Alentejo: O que vos motivou a abrir uma loja de brinquedos com um cunho mais didático, maioritariamente feitos em madeira... que habitualmente não vemos não encontramos nas grandes superfícies ou nos anúncios de televisão? Sentiram que havia essa necessidade?

Vilma van Harten: Quando nasceu o nosso “Diretor de Qualidade”, ou seja, o nosso filho que atualmente tem 5 anos, queríamos que ele tivesse acesso a brinquedos “mais saudáveis”. Mais saudáveis para ele (física, intelectual e culturalmente) e para o planeta que habita. E tivemos dificuldades em os encontrar: ou não existiam na generalidade das lojas ou eram caros. E essa é uma realidade ainda mais presente fora dos grandes centros urbanos. Percebemos, então, que não éramos os únicos a sentir essa necessidade: há um número cada vez maior de pessoas que os procuram pelo seu carácter didático, pela sua diferença, pela durabilidade, pelo seu menor impacto ambiental ou simplesmente porque gostam.

A juntar a esta procura crescente, sentimos que também por esta via poderíamos marcar a diferença enquanto membros da sociedade onde vivemos. Toda a filosofia da “B de Brincar” assenta na nossa vontade genuína de contribuir para a felicidade das crianças e isso concretiza-se não só através dos nossos brinquedos, mas também nos eventos em que participamos, apoiamos ou organizamos, naquilo que publicamente defendemos (mais tempo para a brincadeira, acabar com a distinção entre brinquedos para rapaz e para rapariga, por exemplo) e no Clube B de Brincar (http://clube.bdebrincar.com).

Tribuna Alentejo: Têm como clientes pais que optam que os filhos brinquem exclusivamente com este género de brinquedos que estimula os sentidos e a imaginação sem recurso a pilhas?

Carlos Ramos: Na verdade os nossos clientes são bastante diversificados. Quando falamos da venda a retalho, temos efetivamente muitos clientes que procuram os nossos brinquedos porque obrigam a uma verdadeira interação com a criança (não têm um botão para fazer tudo sozinhos). Mas há também outras motivações importantes: maior durabilidade, mais segurança, menor impacto ambiental, diferentes texturas, cunho mais didático, recordação de brinquedos “mais antigos”, etc.

Julgo que são muito poucos os que optam pela exclusividade que refere. Aliás, nós próprios também não a defendemos. Não somos contra jogos eletrónicos ou brinquedos a pilhas. Tudo tem o seu papel e importância. A questão é o equilíbrio.

Mais recentemente, temos também oferta de brinquedos, jogos e equipamentos destinados a escolas, empresas e lares de idosos que procuram qualidade e durabilidade.


 

Tribuna Alentejo: De onde vêm os brinquedos da B de Brincar?

Vilma van Harten: Essencialmente de fabricantes do norte da Europa, com especial relevância para a Alemanha e Holanda. Gostaríamos de ter produção nacional (até porque diminuiria ainda mais a pegada ecológica dos nossos brinquedos), mas, infelizmente, não tem sido fácil encontrar produtores portugueses. Já vai havendo alguma coisa, mas são produzidos por artesãos e como não têm as certificações necessárias não podem ser vendidos como brinquedos.

Tribuna Alentejo: Para além da loja online http://www.bdebrincar.com/ onde podemos comprar os vossos brinquedos?

Carlos Ramos: No retalho, contamos também com algumas lojas parceiras: entidades que não têm como objeto a venda de brinquedos, mas que partilham a nossa filosofia e/ou o nosso público e que têm um espaço dedicado à B de Brincar. É o caso do Centro Ciência Viva de Estremoz, das livrarias “Fonte de Letras” e “Dom Pepe” (Évora), dos espaços “Papás, Bebés & Companhia” (Évora) e “Corpo Vivo” (Espinho).

Também participamos em alguns eventos com que nos identificamos e onde temos brinquedos e jogos à venda (o próximo será o Get Zen, no Espaço Amoreiras em Lisboa, no dia 29 deste mês). Quem quiser pode seguir-nos no Facebook, onde divulgamos os eventos em que participamos (https://www.facebook.com/BdeBrincar).

Para as empresas, optamos por um contacto direto.


 

Tribuna Alentejo: Está a aproximar-se a época de Natal. Que brinquedo da B de Brincar aconselharia para fazer uma surpresa a uma criança entre os 6 e os 7 anos, por exemplo?

Vilma van Harten: Para quem gosta de construir e inventar sugeriria, por exemplo, um circuito de berlindes, o kit de construção "Screws", a Casa de Campo ou o Cogumelo para tricotar. Para o faz-de-conta, tão importante para o desenvolvimento das crianças, poderia aconselhar a casa de bonecas portátil, os Ratos Viajantes ou o Camião transportador de carros. Para a aprendizagem da escrita, um alfabeto magnético em madeira ou um conjunto de carimbos com letras e números. Para brincar em equipa um dos nossos puzzles (o puzzle Globo Terrestre, por exemplo), o Tic Tac Toe 3-D ou o Jogo "Lançamento de anel".

 

Tribuna Alentejo: Os vossos clientes são na sua maioria Alentejanos?

Carlos Ramos: Temos clientes um pouco por todo o país. A zona da Grande Lisboa é a que agrega um maior número de clientes, pois o mercado também é maior. Mas temos clientes desde o Minho até ao Algarve, passando pelas ilhas.

 

Tribuna Alentejo: Como é gerir um negócio deste género a partir de uma cidade como Estremoz?

Vilma van Harten: É ótimo! Como a nossa base é uma loja online, a questão da proximidade de grandes centros populacionais não se coloca e assim é possível manter a qualidade de vida que o Alentejo oferece.

Tribuna Alentejo: Que diferença poderá a B de Brincar fazer na vida de uma criança?

Carlos Ramos: Acreditamos que, com o nosso trabalho, contribuímos para que as crianças brinquem mais. Os nossos brinquedos são feitos para manusear, interagir, partilhar. Não brincam sozinhos. E isso faz toda a diferença: há cada vez mais estudos que provam que brincar é uma atividade fundamental para o crescimento físico, cognitivo, mental e social das crianças. Tentamos que os nosso brinquedos façam parte desse Brincar saudável e, preferencialmente, em família e em grupo.

Por outro lado, ajudamos a diminuir o plástico presente no quotidiano das crianças. A maior parte das pessoas ainda não tem consciência do perigo que representam os brinquedos em plástico para os seus filhos e para o planeta.

Através das características dos nossos produtos, das intervenções públicas que fazemos (escrevemos artigos de opinião para sites como a Pumpkin.pt ou o Up to Lisbon Kids), das parcerias que estabelecemos, tentamos contribuir para um mundo melhor. E esse constrói-se nos dia-a-dia. E também através do Brincar.

 

Tribuna Alentejo: Por último, um desejo para todas as crianças do Alentejo e do Mundo.

Vilma van Harten: Que todas as crianças possam ser crianças, que possam explorar as suas potencialidades e descobrir o mundo ao seu ritmo e com a sua alegria caraterística.