20 Junho 2015      19:05

Está aqui

ANTÓNIO ZAMBUJO - DO ALENTEJO PARA O MUNDO

Foi com este mesmo título que o canal noticioso, multilingue e pan-europeu Euronews realizou um artigo sobre o cantor e músico alentejano António Zambujo.

O cantor, de 39 anos e natural de Beja, foi agraciado no passado 10 de junho como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e atuou, recentemente, na cidade francesa de Lyon, abrindo o ciclo “Musiques des Confluences” dedicado à música do mundo, e tendo despertado um pouco mais a Europa da música para o seu talento.

“Foi ouvindo os velhotes a cantar numa tasca frente à casa da minha avó que fiquei com vontade de cantar, de cantar com eles e aprender aquelas músicas que eles cantavam. A partir daí, fui aprendendo umas quantas e fui cantando.” disse à Euronews.

António Zambujo pertence a uma nova geração de grande qualidade de músicos portugueses que se destacam quer em Portugal, quer no mundo. Conta com 7 CDs editados, o primeiro em 2002, mas foi com o seu “Quinto” que colheu grandes elogios e aumentou grandemente a sua legião de fãs. O ano passado já atuou no mítico um concerto no “Carnegie Hall”, em Nova Iorque, e atualmente roda viciosamente nas rádios a faixa “Pica do 7” - uma canção que fala de uma rapariga que se apaixona por um revisor do elétrico – pertencente ao seu último álbum “Rua da Emenda”.

A sua música mistura muitas influências e apesar do destaque do fado, bossanova e até do cante alentejano, tem também traços de jazz e folk, sendo que o Alentejo e a sua cultura e tradições estão presentes quer na música, quer nas letras.

Ao canal noticioso António Zambujo confessou que lhe causava estranheza ver os seus discos, nas lojas de música, nas seções de fado: “Mas depois comecei a pensar que o fado é uma das minhas influências mais importantes, a par da música tradicional da minha região. 

O fado e o cante alentejano são as duas músicas que formam a raíz, a base onde se alicerçam todas as outras influências, tudo aquilo que fui ouvindo. Começando pelo Chet Baker, o João Gilberto, entrando num mundo mais caótico temos o Tom Waits, a Nina Simone, alguns cantores lusófonos como a Cesária Évora, a Amália Rodrigues, o Caetano Veloso, muitos intérpretes brasileiros. Fazendo essas escolhas e recebendo essas influências, a minha forma de cantar e de compor música foi-se transformando um bocadinho.”

 

Imagem de Gonçalo Santos retirada daqui