5 Dezembro 2015      01:28

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ALQUEVA DISTINGUE IRMÃOS BANZA

prémio “Vida Rural Agricultor Alqueva” 2015 foi atribuído a João e Joaquim Banza, pelo trabalho desenvolvido em “Montes Velhos”, no concelho de Aljustrel (Beja).

Há quatro anos dispunham de 300 hectares, hoje, e após aproveitarem as novas oportunidades de cultivo que a barragem do Alqueva trouxe ao Alentejo, exploram cerca de 950 hectares.

Estes agricultores, que constituíram a sociedade familiar Agrovalelongo, seguiram os passos do pai – era produtor agrícola e há 40 anos transportava, numa carroça, os seus produtos para o mercado de Aljustrel – e começaram por plantar tomate, milho e grão-de-bico de sequeiro.

Na década de 80, a exploração já conseguia produzir cerca de 15 toneladas de milho – após um investimento de cerca de 90 mil euros – e começaram a plantar beterraba-sacarina, tendo mesmo chegado a ser os melhores produtores a nível nacional.

A água chegava cada vez a mais locais e, com toda a exploração computadorizada, quando não se produzia milho produzia-se tomate, pimento ou então melão e melancia – revelou João Banza ao site “Vida Rural”.

Com a chegada da água de Alqueva a empresa cresceu, mas para isso foi preciso investir em novas terras, em Ferreira do Alentejo, onde não havia problemas de racionamento de água como existiram até então nas terras que dispunham e neste momento cultivam em várias terras em Aljustrel, Montes Velhos, Ferreira do Alentejo, Santa Vitória e Serpa, de preferência no perímetro de fornecimento da EDIA.

Com o Alqueva vieram novas culturas, como as papoilas - uma cultura em expansão no Alentejo – e produzem morfina, utilizada sobretudo em medicamentos. Em 2015, os irmãos Banza conseguiram uma produtividade de 12 kg de morfina e as perspetivas para este ano são de 15 a 20 kg, ano em que também planeiam voltar ao grão-de-bico, adequado ao cultivo em alternativa ao pousio, tal como a ervilha, a fava, o tremoço ou a tremocilha.

Produzem ainda cebola de consumo - a média de produtividade é de 40 a 60 toneladas e estima-se um aumento quase para o dobro, chegando às 80 toneladas – e colza ou couve-nabiça – plantam cerca de 78 hectares – e, a cultura mais recente, o milho para pipoca – exportado diretamente para França, no entanto, deixaram o típico cultivo do tomate de parte, tal como o melão e a melancia.

Em breve, e por intermédio da EDIA, começarão uma cultura do feijão para uma empresa indiana e mantêm já os olhos na soja como uma possível aposta de futuro.

A prática de uma agricultura de precisão, o regadio do Alqueva e parcerias e aconselhamentos da EDIA permitiram a esta empresa familiar crescer e quase duplicar as suas produções, fator determinante para a lhes ser atribuído o prémio “Vida Rural Agricultor Alqueva” 2015.

 

Imagem: José Diogo Lages Machado Marques Figueira / photo on flickr