3 Maio 2015      13:14

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ALENTEJO

Tendo como principais mercados externos Angola, Brasil e Estados Unidos, a exportação de vinhos do Alentejo aumentou 5,1% em 2014, face a 2013, de acordo com dados da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) - criada em 1989, e que é o organismo que certifica os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regional Alentejano.

Segundo a mesma Comissão, saíram do Alentejo rumo ao estrangeiro mais de 20 milhões de litros de vinho engarrafado e certificado, revelando-se o mercado extra União Europeia como o maior cliente com 71% da cota de exportação; para países da EU, o Alentejo exportou 29% do vinho.

Fonte da CVRA, - também responsável pela promoção dos vinhos do Alentejo no mercado nacional e em mercados estratégicos internacionais - disse à Lusa, que "os sete principais mercados, que representam 93% do volume das exportações para fora da UE, cresceram"; Angola subiu 5%, o Brasil 15% e os Estados Unidos da América 6%. As exportações para países da União Europeia, aumentaram cercam de 7%.

Com estes números, o Alentejo consolida o seu papel como a região líder no mercado nacional de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG, seja em volume de mercado (44,7%), seja em valores (45,5%), segundo dados da ACNielsen.  

A CVRA conta com um total de 263 produtores e 97 comerciantes estão agrupados o que, em território, representa quase 21 mil hectares de área total de vinha, sendo a aprovada para DOC Alentejano de quase 14,5 mil hectares.

O Alentejo, como se sabe, é uma região de muita tradição vitivinícola e remonta a milhares de anos, como comprovam os inúmeros registos arqueológicos, embora não se consiga determinar com exatidão uma data que determine quando e quem introduziu a cultura da videira no Alentejo.

Alguns historiadores apontam os tartessos - civilização ibérica herdeira da cultura megalítica – como os primeiros e principais propulsores da domesticação da vinha e posterior introdução do vinho na região, tendo os fenícios – com os quais os povos da Península Ibérica mantiveram estreitas relações comerciais – uma civilização sustentada e financiada pelo comércio marítimo, surgiram mais tarde, e comercializavam e exploravam o vinho alentejano, tal como os gregos – posteriormente - vieram também a fazer.

Apesar de pouco relevante então, a tradição da vinha e do vinho, já levava quase 200 anos no Alentejo, mas foi com os romanos que tomaram outra proporção e que quando chegaram o vinho já fazia parte cultura das populações que por cá viviam.

Os romanos, conhecedores de técnicas agrárias, generalizaram a cultura do vinho e da vinha no Alentejo e foi com eles que se deu a primeira exportação de vinhos alentejanos, direitinhos para a sede do Império, a todo-poderosa Roma.

A influência romana foi de tal modo decisiva e marcante que, ainda hoje, mais de 2000 anos depois, permanece nas práticas vitivinícolas como o uso do Podão (instrumento utilizado intensivamente até há poucos anos) e as talhas de barro.

Apesar de tolerado inicialmente pelas invasões muçulmanas, o vinho no Alentejo conheceu então um período mais negro, sendo proibida a sua cultura do vinho, dando cumprimento rigoroso e vigoroso às leis do Corão. Mas com a fundação do reino lusitano, poucos séculos mais tarde, cerca do século XVI, a vinha já estava novamente reimplantada no Alentejo e já eram conhecidos alguns vinhos pela sua origem como os de Évora, aos vinhos de Peramanca, os brancos de Beja e os palhetos de Alvito, Viana e Vila de Frades.

 

Imagens daqui e daqui.

Informação daqui.