A famosa doçaria de Alcáçovas (Évora) poderá ser degustada na 16ª edição da Mostra de Doçaria.
De 4 a 6 de dezembro, no Parque de Exposições desta vila do concelho de Viana do Alentejo, poderá deliciar-se com doçaria conventual e palaciana típica da região, naquela que é organização conjunta do Município de Viana do Alentejo e Junta de Freguesia de Alcáçovas.
O objetivo deste evento é preservar a doçaria conventual e palaciana, os seus saberes e segredos e também manter vivos os sabores caraterísticos da região.
Desde o Bolo Real, ao Bolo Conde de Alcáçovas, passando pelos Amores de Viana e as Sardinhas Albardadas serão dezenas os bolos presentes na mostra e difícil mesmo será escolher.
Decorrerão ainda o 4º Concurso de Doçaria Conventual e Palaciana e, a acompanhar a mostra, não podia faltar um programa cultural e de animação.
Se quiser participar na mostra, como expositor ou vendedor, deve efetuar a sua inscrição até 20 de novembro. Para mais informações pode contactar a Câmara Municipal de Viana do Alentejo através do correio eletrónico ddsh@cm-vianadoalentejo.pt ou pelo telefone 266 930 010.
Aproveitamos e contamos-lhe a história de como se recuperou a receita e a tradição do Bolo Real - típico das Alcáçovas - e que, ao contrário do nome, é originário do povo e não da realeza, como conta o livro “Tradição” da Associação para o Desenvolvimento Integrado Terras Dentro.
A Dª Maria Carolina Matado, doceira, foi a responsável pelo surgimento deste bolo.
Dona de uma mercearia, juntamente com o seu marido, e em épocas em que o negócio não corria bem, fez um tabuleiro de queques para a filha levar numa viagem. A filha não os quis levar e Dª Maria decidiu colocá-los à venda na sua mercearia. Vendeu-os todos e desde aí começou a fazer bolos para vender lá.
Já tendo ouvido falar do Bolo Real a algumas senhoras mais velhas da vila –a receita circulava de boca em boca - perguntou aqui e acolá e acabou por conseguir aventurar-se na confeção de um Bolo Real, uma receita complexa, mas na qual se especializou, tornando-se eximia na sua confeção.
A confeção do bolo era cara, pelo que a sua compra não estava ao alcance de todas as bolsas. Era tradicionalmente um bolo oferecido aos padrinhos de casamento pelos pais dos noivos, mas sempre de pequenas dimensões.
Estes bolos eram também vendidos na rua por raparigas com umas caixas de madeira penduradas ao pescoço com correias e que os vendiam de porta em porta.