9 Outubro 2015      14:38

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ACAL É MADE IN ALENTEJO

São jovens, dinâmicos e em comum têm o gosto pela ciência. Desta união nasceu a ACAL - Associação para a Ciência do Alentejo Litoral, que tem como finalidade difundir o conhecimento científico e tecnológico, bem como a prática da Ciência, pelo Alentejo Litoral. Falámos com a presidente desta associação, Rita Balbino, e ficámos a conhecer um pouco mais sobre o que motiva tantas pessoas a dedicarem-se a este projeto.

Tribuna Alentejo – A ACAL é uma associação constituída recentemente. O que uniu este grupo de pessoas em torno deste projeto? Já era um desejo antigo criar esta associação?

Rita Balbino – A hipótese de criar um projeto que ajudasse a difundir o conhecimento científico e a prática das ciências surgiu há cerca de dois anos, numa conversa, entre amigos, com interesse comum no desenvolvimento do território e na valorização das pessoas da nossa região. Foi crescendo, desde então até agora, conquistando solidez, novas ideias e novos associados.

Tribuna Alentejo – Quem são as pessoas que fazem parte da associação? Quais as suas áreas, quais os seus interesses?

Rita Balbino – Os sócios fundadores da ACAL são naturais do Alentejo Litoral, residem e trabalham nesta região. Profissionalmente estão ligados às áreas da Educação, Ciências Naturais, Engenharia, Sociologia, Gestão e Marketing e Desenvolvimento do Território. Partilham o interesse pela Educação Formal (realizada nas escolas e nas universidades), pela Educação não Formal da população geral e pugnam pelo desenvolvimento desta região.

Tribuna Alentejo – Sentem que ainda há no Alentejo um longo caminho a percorrer no que respeita a difusão do conhecimento científico e tecnológico?

Rita Balbino – Ainda há muito caminho para trilhar e haverá sempre pois o conhecimento científico e tecnológico é mutável, dinâmico e está sempre na linha da frente do desenvolvimento humano. É a articulação e a aproximação entre esse conhecimento (às vezes tão distante do cidadão comum) e as pessoas que nós pretendemos fazer.

Tribuna Alentejo – Em termos gerais quais são os grandes objetivos da associação?

Rita Balbino – Os grandes objetivos da nossa associação passam por implementar projetos e ações de intervenção que visem a divulgação do conhecimento científico e tecnológico; estimular, nos alunos do Alentejo Litoral, o gosto pela prática das Ciências e das Tecnologias; facultar, aos docentes das áreas das Ciências e das Tecnologias, a oportunidade de atualizar e melhorar os seus conhecimentos podendo, desta forma, proporcionar aos seus alunos um ensino de maior qualidade e melhorar a literacia científica e tecnológica das crianças, jovens e adultos residentes nos cinco concelhos do Litoral Alentejano.

Tribuna Alentejo: A criação da ACAL foi secundada por alguma entidade do Alentejo Litoral ou teve algum tipo de apoio facilitador da sua instalação no território?

Rita Balbino - Quando decidimos criar a Associação para a Ciência do Alentejo Litoral consideramos ser prudente ouvir alguns conselhos de outras associações com trabalho reconhecido no Alentejo Litoral. Reunimos com a CIMAL, com a ADL e com a TAIPA. Todas estas associações tiveram a amabilidade de partilhar experiências e de nos aconselhar em áreas diversas.

Relativamente à instalação física no território, tanto o Presidente da Junta de Freguesia de Azinheira dos Barros (Grândola) como o município de Odemira mostraram disponibilidade para acolher a nossa sede, contudo, por motivos logísticos, acabamos por ficar sediados no Cercal do Alentejo (Santiago do Cacém) num espaço amavelmente cedido pela direção do Juventude Cercalense.

Tribuna Alentejo – De que forma pensam em despertar os mais jovens para estas temáticas? Têm programas para escolas ou algum espaço em que este interesse possa ser promovido?

Rita Balbino – Pretendemos estabelecer parcerias com as escolas dos cinco concelhos do Alentejo Litoral (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira) desde o pré-escolar até ao ensino superior, abrangendo o ensino público (regular e profissional) e o ensino privado. Os projetos passam por aproximar os cientistas das escolas, facultando a atualização dos estudantes, através do contacto com os investigadores e com os trabalhos que os mesmos se encontram a desenvolver atualmente. Estamos também a trabalhar para trazer à nossa região uma mostra de projetos de índole científica e tecnológica e das opções, existentes a nível nacional, para prossecução de carreiras ligadas às ciências e às tecnologias. Outras das vertentes será a atribuição de prémios e/ou distinções para trabalhos científicos e tecnológicos que valorizem os nossos recursos naturais e/ou apresentem soluções para a resolução de problemas existentes no Alentejo Litoral.

Tribuna Alentejo – E a comunidade em geral? De que forma podem as pessoas participar nas atividades desenvolvidas pela associação?

Rita Balbino – A nossa intenção é intervir na comunidade, ao nível da Educação não Formal, facultando aos residentes do Alentejo Litoral (e aos turistas que nos visitam) o contacto com a Ciência. Incrementar a literacia científica da comunidade implica não só a aquisição de conhecimentos no domínio das ciências mas também a sua aplicabilidade ao quotidiano de cada um. Os órgãos de comunicação social regionais (rádios, jornais) serão bom aliados neste nosso desígnio, assim como as associações que dinamizam a comunidade, com a quais contamos, para nos ajudar a veicular esses conhecimentos.

Tribuna Alentejo – Onde imaginam esta associação daqui a 10 anos? Qual será o seu contributo para um Alentejo mais científico e tecnológico?

Rita Balbino – Daqui a 10 anos imaginamos a ACAL a continuar a trabalhar pela difusão da cultura científica no Alentejo Litoral, num território já mais conhecedor do valor que a ciência tem no crescimento de uma região e no desenvolvimento pessoal dos seus cidadãos.

Tribuna Alentejo – Para quem quiser entrar em contacto com esta associação, qual a forma mais fácil de o fazer?

Rita Balbino – Através do acal.email@sapo.pt. Mas também podem fazer-nos uma visita através do nosso perfil do facebook, que pode ser visto aqui.

Imagem de capa fornecida pela entrevistada.