16 Setembro 2015      21:10

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A ABRIR BURACOS DESDE MEADOS DO SÉCULO IX

A humanidade afirma-se pela inteligência, contudo, não tem sido capaz de adotar comportamentos responsáveis que almejem o desenvolvimento humano sem que seja colocado em risco a sustentabilidade ambiental do nosso planeta.

Hoje, dia 16 de setembro, assinala-se o “Dia Mundial para a Preservação da Camada do Ozono”, comemoração que tem por objetivo alertar para a destruição da camada de ozono e incentivar a procura de soluções para a proteger.

Para quem ignora ou relativiza a importância da camada de ozono é oportuno relembrar o papel fundamental que este escudo gasoso frágil desempenha na absorção de radiação solar. Cerca de 95% das radiações ultravioletas (UV) são absorvidas por este meio, impedindo, assim, que atinjam a superfície terrestre em quantidades nocivas paras os seres vivos.

Porém, desde a revolução industrial que boa parte da atividade humana se tem centrado em esburacar a camada de ozono, principalmente devido ao uso e emissão de gases nocivos para a camada, tais como: clorofluorcarbonetos (CFC), halons, tetracloreto de carbono e brometo de metilo. Refira-se que alguns CFC podem permanecer na atmosfera durante mais de 100 anos.

No entanto, as agressões ao planeta não se fazem só por essa via, o aumento acentuado na exploração e utilização dos recursos naturais tem desencadeado, progressivamente, danos irreversíveis ao meio ambiente com consequências trágicas e desastrosas conhecidas. Existem diversos exemplos atuais que demonstram o quão delicado é o equilíbrio existente no nosso planeta, desde as inúmeras espécies extintas devido à ação humana (diminuição da biodiversidade) até ao aquecimento global resultante do aumento de emissões de dióxido de carbono, originado sobretudo devido ao uso, em larga escala, de combustíveis fosseis e seus derivados.

Infelizmente, enquanto a civilização caminha em direção a uma qualidade de vida utópica deixa atrás de si um passivo ambiental tremendo e imensurável, apesar da existência de um otimismo latente assente numa infinidade de respostas científicas e tecnológicas.

Não se trata já de apelar a uma abordagem dialética, necessitamos de uma visão holística que se oponha à valoração abstrata da natureza, feita pelo capital, e que se recuse a aceitar uma posição dualista, hierárquica e antropocêntrica. Os recursos naturais são propriedade comum e não privada.

A humanidade tem de estar consciente do seu destino comum e unida em torno dos mesmos valores essenciais. A promoção de uma reflexão sobre como morar no “condomínio terra” redefine o nosso lugar enquanto participante dessa jornada.

Entretanto, cabe aos governos, às indústrias e às organizações internacionais, a ardilosa tarefa de unir esforços para eliminar particularmente os produtos químicos responsáveis pela destruição da Camada de Ozono. Sem isso, todo o engenho humano e toda iniciativa individual é francamente inútil.