3 Setembro 2015      23:10

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ÉVORA | 2 NOVOS MONUMENTOS CLASSIFICADOS

Dois novos monumentos em Évora, datados dos séculos XVI e XVII, foram considerados de interesse público pelo Governo. As Portarias N.º 659/2015N.º 660/2015, assinadas pela mão secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier, foi publicada ontem, dia 3 de setembro, em Diário da República do classificam o Pórtico do antigo Convento de São Domingos e a Igreja e Convento de Nossa Senhora dos Remédios, ambos na Avenida de São Sebastião em Évora como monumentos de interesse público.

“O monumental pórtico do antigo Convento de São Domingos, atribuído a Nicolau Chanterene e oriundo da demolida Igreja de São Domingos, constitui um dos mais destacados portais do renascimento português. Datado dos anos 30 do século XVI, e atribuído à fase eborense de Chanterene, a última e mais notável etapa da sua carreira artística, dá acesso desde 1940 ao cemitério público instalado em 1839 na cerca do antigo Convento de Nossa Senhora dos Remédios de Évora, fundado no início do século XVII junto à Porta de Alconchel, fora das muralhas da cidade, e entregue à autarquia após a extinção das Ordens Religiosas.” – diz a portaria.

Já sobre o Convento dos Remédios, junto da Porta de Alconchel, diz a portaria 660/2015 que “foi fundado no início do século XVII pelo arcebispo D. Teotónio de Bragança, destinando -se a substituir o anterior convento dos frades da Ordem dos Carmelitas Descalços da cidade. (…) A igreja, da mesma invocação, foi construída segundo projeto que segue de perto o protótipo madrileno pós -tridentino da ordem carmelita, preconizado pelo arquiteto espanhol Francisco de Mora (…) No interior, de nave única, destaca -se o conjunto retabular de talha dourada de meados de Setecentos, (…) foi considerado por Robert Smith como uma das mais primorosas obras de talha do século XVIII em Portugal. O convento desempenhou papel de relevo nos cercos de Évora durante a Guerra da Independência, e novamente durante a primeira invasão francesa, quando foi ocupado e saqueado pelas tropas de Loison. Do antigo edifício conventual, entretanto remodelado e adaptado para fins culturais, destacam -se a sacristia, com silhares de azulejos e diversos elementos de talha, e o claustro, rasgado por arcos redondos.”

À Lusa, o vereador da cultura da Câmara de Évora, Eduardo Luciano, considerou que a classificação dos espaços é "um motivo de regozijo" para a cidade e são "um novo fator de atração".

O edifício é propriedade do município, e foi remodelado há poucos anos de modo a ser remodelado e adaptado para fins culturais. Acolhe atualmente o Conservatório Regional de Évora e Associação Eborae Mvsica e o Centro de Recursos da Tradição Oral e do Património Imaterial do Concelho de Évora.

 

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