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HÁ QUE RASGAR

Não sei o que lhe contaram enquanto crescia, caro leitor, mas para bem da elação vou pressupor que foi o mesmo que me contaram a mim. Hoje pergunto-me ainda como foi tão simples e tola a minha creditação dos contos de fadas e dos seus ideais de pouco complexo. Hoje pergunto-me mais do que isso – pergunto-me no que acreditar repetidamente para pôr os pés no chão frio e a cabeça pesada no lugar que lhe corresponde.

HOJE ESCREVO PARA ELES

Lá em casa somos, quase sempre, quatro. Para uma casa parece um número perfeito, equilibrado, mas a verdade é que o mais difícil de equilibrar é mesmo a casa e o número de que ela é feita. – Aposto que nunca pensou acerca de casa, acerca do número de pessoas com que todos os dias partilha o espaço. Não digo pensar numa comum linha condutiva do dia-a-dia natural; digo pensar como se pensa em alguém que é muito mais do que a imagem que nos deixa quando chega a noite.

PAPAGAIOS AMESTRADOS E OUTRAS PERSONAGENS

Ainda não estou eu totalmente recuperada do flagelo dos comentários xenófobos e racistas aos refugiados quando, repentinamente, cai outra calamidade no seio da opinião pública portuguesa: vão acabar com os exames de quarto ano. – Pela forma como falam disso parece até que o céu vai cair, muito ao estilo do juízo final na Bíblia.

ETERNOS VELHOS DO RESTELO

Mal pensava Luís de Camões que os seus velhos do Restelo ainda hoje andariam por Portugal: com uma voz muito mais agressiva que triste, mais jovem que engelhada, mais medrosa que realmente fruto de uma experiência de vida.

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