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Rota do Contrabando

Marvão restabelece rota do contrabando

Durante décadas o contrabando foi a principal forma de vida e sustento para muitos alentejanos a viver junto à fronteira. Café, porcelanas e outros produtos eram carregados às escondidas da polícia, entre sinuosos caminhos que separavam Portugal da Espanha e, depois de vendidos do lado de lá da fronteira, significavam grande parte das vezes o único sustento das famílias.

Alguns dos caminhos, utilizados pelos contrabandistas, podem ser revisitados através do “Percurso do Contrabando do Café”. Uma caminhada promovida pelo Município de Marvão e que decorre amanhã, dia 4 de maio.

O CONTRABANDO DO CAFÉ REGRESSA AO ALENTEJO

O contrabando de café está de volta ao Alentejo e é promovido pela Câmara de Marvão.

Trata-se da iniciativa “Percurso do Contrabando do Café” que decorrerá a 6 de maio, pelas 8:30h, e são aproximadamente 10 kms que se pretendem sejam uma homenagem aos antigos contrabandistas da raia.

O contrabando foi outrora a forma de vida das populações raianas que percorriam trilhos e caminhos pelos campos e montanhas. São esses caminhos e percursos pedestres que se pretende se tornem agora uma oferta turística.

 

ROTA DO CONTRABANDO NÃO PODE RECEBER MAIS PARTICIPANTES

“Hoje é mais um dia. Neste 19 de março de 66 o sol ainda não nasceu, mas já é hora de meter a saca às costas – será que ainda aguenta os quarentas quilos de café? - e fazer-me ao trilho, há muita légua a percorrer e devo fazê-lo antes que a guarda fiscal e os carabineiros espanhóis comecem a bater terreno; às vezes limitam-se a disparar para o ar para a gente fugir, não nos querem apanhar, mas outras… outras nem por isso e não quero ser apanhado outra vez. Não escolhi esta vida, mas esta vida escolheu-me a mim: é o meu sustento e põe pão na mesa à família.

NA ROTA DO CONTRABANDO

“Hoje é mais um dia. Neste 19 de março de 66 o sol ainda não nasceu, mas já é hora de meter a saca às costas – será que ainda aguenta os quarentas quilos de café? - e fazer-me ao trilho, há muita légua a percorrer e devo fazê-lo antes que a guarda fiscal e os carabineiros espanhóis comecem a bater terreno; às vezes limitam-se a disparar para o ar para a gente fugir, não nos querem apanhar, mas outras… outras nem por isso e não quero ser apanhado outra vez. Não escolhi esta vida, mas esta vida escolheu-me a mim: é o meu sustento e põe pão na mesa à família.