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Política Nacional

Quem tem medo da democracia?

No início do novo ano, aparentemente, terão tocado as sirenes para alguns. O espectro das eleições antecipadas tem gerado muita discussão, com o bicho papão da fragmentação do parlamento a assumir-se, perante os assustados que pululam no vasto universo de comentário televisivo, como um risco para o sistema democrático e para a impossibilidade de criação de um governo estável.

A Desumanização da Democracia

A grave crise política que assolou a nação motivou-me à reflexão que partilho (aliás mais do que política estende-se aos pilares básicos num estado de direito democrático), mas não é sobre ela que escrevo, na premissa em que se existirem bases legitimas de acusações devem existir condenados, pois obter dividendos ilegítimos a partir da causa pública, tem que ter julgamento e condenação.

O país do “anda tudo a gamar”

É de assumir como unânime que, em Portugal, quem não sair de uma taberna ou de um almoço familiar sem ter dito, pelo menos cinco vezes, que “os políticos são todos os mesmos”, que “andam todos a meter ao bolso”, que “andam todos a gozar com quem trabalha” (trocadilhos televisivos à parte), que “isto é tudo uma cambada de larápios” e que “anda tudo a gamar”, não se consegue sentir português a 100%.

Legislativas no Alentejo, e o seu leque de recados ao panorama político

À imagem do restante território nacional os distritos do Alentejo fizeram-se ouvir nas urnas no passado dia 30 e, se, até aqui, já tudo se disse acerca dos resultados nacionais, onde pouco mais haverá a acrescentar, relativamente ao Alentejo – que é uma região tradicionalmente desigual do território nacional no que aos resultados eleitorais diz respeito, muito devido à força que o PCP sempre teve nesta região de maneira substancialmente diferente que nas demais – há algumas ilações e leituras importantes a fazer dos resultados obtidos, pois, está a dar-se todo um movimento de placas no que

Democracia Parlamentar

Nas eleições legislativas, votamos num grupo parlamentar que defende as nossas posições no hemiciclo, por isso, nomeações de comissões formadas por civis nem deveriam ser equacionadas, quando, a função de quem elegemos é a de representarem os seus eleitores.

As novelas dos poderosos, por entre a perplexidade e a revolta

Façamos um simples exercício de memória. Nos últimos vinte anos, quantos foram os escândalos relacionados com práticas ilegais no universo da banca e da alta finança em Portugal?

Aqueles que muitas vezes surgiam como as referências idóneas do regime, os grandes empreendedores, os que mexiam a alavanca da economia, sempre tratados com grandes honrarias e aparentemente, a salvo de qualquer suspeita, acabam por ser, em grande parte e segundo notícias recentes, os maiores vilões do sistema.

Comprar empresas falidas

Todos vimos o que nos custou salvar bancos depois da crise financeira de 2008. Entre BPN, BPP, Banif, BES e CGD vamos em 17 mil milhões de euros! E o problema continua por resolver. Ainda no ano passado, o governo pediu ao parlamento autorização para gastar mais quase mil milhões com os restos de dois bancos falidos. Se em 12 anos foi a grande custo que conseguimos aproximar a situação do equilíbrio, neste momento apenas podemos imaginar o que serão os próximos anos, depois da violência com que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus está a afetar a nossa economia.

Portugal 2020

No balanço do ano que termina, e nas aspirações para o ano que começa, que inevitavelmente acabamos por fazer nesta época, surgiu-me o verso de Camões: “Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.” No verso que finaliza a estrofe cento e trinta e oito do terceiro canto da epopeia, Camões refere-se a D. Fernando I e à fraqueza da sua liderança na defesa do reino contra o então inimigo Castela.

Setecentos mil eleitores não têm quem os represente

Foram quatro milhões e novecentos mil os portugueses com votos válidos nas últimas legislativas. Destes, setecentos mil não contribuíram para eleger nenhum deputado. A culpa não foi deles, que se disponibilizaram para ir às urnas escolher os seus representantes, nem foi dos candidatos, cujas propostas conseguiram captar o seu interesse e aprovação. Foi mesmo da lei eleitoral que temos, que faz corresponder os círculos eleitorais aos distritos administrativos de 1835.

Investimento. Onde andas?

Para Portugal crescer como todos nós, cidadãos portugueses, queremos, é necessário investimento. E para termos crescimento é preciso confiança. Historicamente falando, basta pensar que Partido Socialista e boa fama na gestão das contas públicas não é coisa que combina, principalmente, por não existir o bom senso de precaver crises económicas ou choques externos.

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