9 Setembro 2014      01:00

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Tantas promessas…

Portugal juntou-se à União Europeia em 1986. Nessa altura Portugal, país pequenino, à beira mar plantado, pobre, mas com enorme potencial, foi abastado de fundos comunitários para que o “progresso” pudesse impulsionar-nos para um futuro risonho. Políticas agrícolas, políticas educativas, políticas sociais, políticas… Não passaram disso, o dinheiro veio… No “tempo das vacas gordas”, gastaram-se os ditos fundos em tudo e mais alguma coisa, menos naquilo que nos projectasse para um futuro melhor. Estradas e auto-estradas que hoje nem conseguimos conservar, “mamarrachos” que hoje estão a cair e não servem para nada, campos de cultivos ao abandono, enfim a lista é infindável….

As promessas de uma Europa para tod@s, com a ideia de cidadania europeia e não apenas confinados à nossa própria nacionalidade. Uma moeda única que equilibrasse a economia e nos fizesse ainda mais cidadãos de uma só moeda, de uma só Europa – a nossa Europa! Programas e políticas unificadoras da identidade com financiamentos simpáticos, onde quem tem mais, mais recebe! Currículos educativos uniformizados, válidos em todos os países mas que não têm em conta as necessidades educativas de cada país. O conceito Europa não teve sucesso em todas as vertentes! Foi uma utopia, continua a ser uma utopia e será sempre uma utopia.

Os mais pequeninos continuam a ser os mais pequeninos e economicamente não tem capacidade de aproximação aos maiores. Muitas das políticas beneficiam quem mais poder tem. Os que tem menos poder vão arrastados e dependentes dos maiores. É fácil verificar esta realidade com a actual crise que atravessamos. Precisamos de ajuda externa, e curiosamente são os grandes que dão essa ajuda, criando uma maior dependência (como se ela não fosse já fenomenal).

O último quadro comunitário terminou no transacto ano, tendo este ano entrado um novo, carregado de dinheiro e novas promessas. Os resultados foram desastrosos em Portugal para o Programa Erasmus+, pois uma vez mais, quem mais tem, mais recebeu, as injustiças a nível nacional no âmbito da educação foram do mais decepcionante para quem trabalha no sector!

Temos que nos render às realidades avassaladoras e passados 28 anos da nossa entrada na Comunidade Europeia, continuamos a ser pequeninos, à beira mar plantados, pobres, mas ainda assim com enorme potencial que todos ignoram.

Ah, e quanto às promessas, neste momento só vendo para crer!