18 Janeiro 2014      22:23

Está aqui

O Deus das Moscas

O Deus das Moscas de William Golding (1911-1993), é um romance de aventuras profundamente ideológico, com um enredo simples, passado numa ilha tropical após uma guerra nuclear e que tem em Ralph, Jack, Piggy e Simon (nomes originais) os personagens principais.

Deus das moscas

Consiste numa visão pessimista do mundo e que representa a ligação inerente do homem à sociedade. Retrata de forma cruel a natureza sádica e selvagem do ser humano.

É uma alegoria muito bem estruturada, contada na terceira pessoa por um narrador que descreve o comportamento de uns miúdos que, perdidos numa ilha após um naufrágio, passam da mais pura polidez britânica a um perfeito estado de barbárie. Nesses miúdos, são facilmente identificáveis amostras representativas dos estereótipos e estruturas da sociedade; mistura de aspetos sociais, políticos e filosóficos da humanidade, focando-se em diferentes aspetos da natureza humana, nos valores e na ética.

Expõe as falhas da sociedade e do indivíduo através da representação de variados sistemas políticos, da democracia à ditadura, evidenciando a ética e a moral como essenciais para assegurar a ordem social e a própria preservação da espécie, sem as quais, o mundo cairia na anarquia total e no caos.

Estabelece uma relação metafórica entre maldade e instintos naturais, e a bondade e os aspetos morais relacionados com os ensinamentos extrínsecos ao ser humano.

Um grande romance onde o mínimo detalhe tem importância e simbolismo; tudo nele terá, de algum modo, influência no desfecho final da história.

Um retrato excecional da natureza humana e do indivíduo como membro da sociedade, encapuçado numa história de crianças; desafia-nos constantemente a desenvolver, ou a rever, a nossa visão sobre a sociedade e a Humanidade. Fabuloso!