Esta semana, o Vice-Primeiro Ministro Paulo Portas, numa tentativa de número humorístico, afirmou que agora está na moda “ser Syriza” (ou Syrizo uma vez que não há qualquer mulher no Governo), repudiando a ideologia do Governo grego e quase engrenando no número da “história de crianças” desta feita protagonizado pelo Primeiro-Ministro.
Ao longo de toda esta semana temos visto mais comentários sobre o Syriza por parte do Governo português do que relativamente a matérias como o eminente aumento do desemprego jovem.
A cada declaração sente-se a necessidade de demonstrar que sim Sra. Merkel e Sr. Juncker, nós somos bons alunos e iremos continuar a aplicar a austeridade de forma cega sem olhar para as consequências que tais medidas estão a trazer ao País.
Esta é a grande diferença entre o nosso Governo e o actual Governo grego que foi eleito apenas há uma semana.
O Governo Syriza até agora já fez uma coisa muito importante:
Manifestou a sua distância quanto à Troika e às suas medidas, não se esquecendo, no entanto, que a dívida tem de ser paga.
O Syriza não se limitou a prometer mundos e fundos sem cumprir nem uma única promessa eleitoral.
Em sede europeia o Syriza já veio apresentar propostas concretas para o pagamento da dívida, conciliado com o crescimento e o desenvolvimento económico-social do País.
Apesar de tudo é engraçado ver a pressa com que os apoiantes da coligação surgem a desacreditar a imagem do Governo grego.
O que neste momento estamos a assistir é à coragem de um determinado grupo de pessoas em dizer não! O caminho não pode ser este. A nossa alternativa é esta!
É verdade, nós não somos Syriza. Eu não sou, nem serei Syriza.
O Syriza certamente terá as suas falhas programáticas, mas já deu o primeiro passo em frente.
O Governo português podia olhar um pouco para a coragem dos gregos e tentar aplicá-la no seu País, aplicando medidas que, obviamente, tenham em conta as reais necessidades do País.
Nós não somos Syriza, é verdade Sr. Ministro.
Eu certamente não o sou.
Nós somos Portuguesas e Portugueses e queremos um Governo racional mas que tenha a coragem de tomar as medidas que o País cresça em todos os sentidos e não apenas para Troika e Merkel verem.
Será que em Portugal se encontrará alguém assim?
Neste Governo duvido….