25 Fevereiro 2015      00:00

Está aqui

Longe de Casa

Visitei 18% do mundo! Não sei se é muito ou pouco, considero a possibilidade de viajar como uma verdadeiro privilégio, pelo que me sinto enriquecida por tudo aquilo que já conheci. A minha vida profissional oferece-me a oportunidade de viajar, especialmente na Europa, pelo que dos 28 países da União Europeia apenas não visitei 5, isto porque nos últimos anos o número tem aumento com a adesão dos países recém-chegados e pelos vistos não tenho acompanhado com velocidade suficiente.

Em cada um dos países que visitei fiz os possíveis por conhecer o máximo, respeitar as culturas, as tradições e principalmente compreendê-las! Na Europa, sempre me senti em “casa”, pela proximidade, pela complementaridade, mas pela partilha de um espaço comum e até de uma moeda comum, na maioria dos casos.

Fora da Europa já visitei também alguns locais, no entanto estive recentemente no México, um verdadeiro paraíso, correspondendo inteiramente às imagens de sonho que vemos muitas vezes na internet, mas concluí que é muito mais do que isso!

Fique encantada com o México, a riqueza cultural que têm, o orgulho e patriotismo com que nos apresentam a sua vida, a sua cultura e tradições, a sua forma de viver, mas principalmente o calor e simpatia com que nos recebem. Tive oportunidade de explorar a cultura mexicana, visitando Chichén Itzá, uma das 7 maravilhas do mundo moderno – eleito em Lisboa em 2007, uma cidade pré-hispânica que foi a capital da Era Maia, no final do período clássico. Esta cidade Maia, cujo ex-libris é uma enorme pirâmide (Kukulkán), foi o centro político e económico da região, sendo hoje um local de peregrinação, onde se verificam diversos fenómenos. Estes fenómenos, considerando que a construção da cidade remonta a cerca de 600 anos antes de cristo, faz com que tudo continue envolto em grande mistério, sendo evidência que os maias tinham uma inteligência extraordinária especialmente ao nível da matemática (já nesta altura tinham a sua própria contagem numérica) e da arquitectura. O calendário Maia, que existe desde 3114 A.c, conta com 18980 dias, cerca de 52 anos, pelo que os Maias para contagens superiores a esta utilizavam uma contagem longa a qual terminou em 21 de dezembro de 2012, tendo entrado em vigor uma nova Era nesta data. O povo Maia é um povo muito baixinho, (que nos faz pensar como conseguiam construir pirâmides enormes?!?) muito acolhedor e muito simpático que ainda hoje preserva a sua língua e comunica com ela, sendo de uma enorme complexidade. Além disso, os Maias foram os primeiros as jogar qualquer coisa que se assemelha ao futebol de hoje, bem como também um jogo muito similar ao hóquei, com a diferença que o disco tinha fogo – os primórdios do desporto!

Assim, parece que quando nos encontrávamos practicamente na pré-história, naquela zona já viviam comunidades bastante evoluídas e muito bem estruturadas. Diz-se inclusivamente que talvez não tenham sido os espanhóis a colonizar e civilizar os mexicanos, mas o contrário, no entanto, é claro que encontramos imensas influências espanholas, começando pela língua.

Confesso que fiquei impressionada com a cultura Maia e todo o ambiente que se vive no México, pois tive a possibilidade de conhecer toda a história mexicana através de um musical a que assisti, concluindo que têm uma história e tradição muito interessantes, influências longínquas e de interesse histórico elevadíssimo.

Porém, todos os países têm a sua história, costumes e tradições, e confesso, que ainda que tenha adorado o México, dos muitos sítios que visitei, foi aquele que mais me fez sentir longe de casa!