No próximo mês de Setembro, aquando do início do ano lectivo, muitos alunos serão forçados a abandonar os seus estabelecimentos de ensino em virtude da ordem dada pelo Governo para o seu encerramento.
No Alentejo, atendendo à última informação disponibilizada, serão encerradas 34 escolas no início do próximo ano lectivo.
Em consequência, centenas de alunos serão deslocados para os mega-agrupamentos escolares tão aclamados e defendidos pelo Governo.
Ainda esta semana Nuno Crato veio afirmar que serão disponibilizados fundos às Câmaras Municipais que não possam suportar financeiramente o transporte dos alunos para os mega-agrupamentos.
Mas que outras garantias dá o Ministro que estes Mega-Agrupamentos resultarão em melhores resultados quando está provado que em turmas com mais de 15 a 20 alunos o processo de ensino é mais dificulltado devido ao acompanhamento necessário a cada aluno?
Qual o destino de escolas reconstruídas praticamente de raíz que agora serão encerradas sem mais? O abandono? A degradação?
O Governo auxilia as Câmaras Municipais no custo com o transporte dos alunos para as suas novas escolas mas, até hoje não se ouviu qualquer solução para os professores que têm igualmente de se deslocar para dar aulas nos Mega-Agrupamentos e que têm de fazer face a todas as despesas do quotidiano com o seu salário continua e inconstitucionalmente cortado. Uma vez mais professores e alunos são tratados como meras marionetas num Governo completamente desgovernado e sem apresentar soluções credíveis para os reais problemas do País.
Em vez de se andar a discutir o encerramento das escolas, porque não discutir a reestruturação dos programas e calendários escolares por forma a que os alunos saiam preparados e com o mesmo nível que em muitas escolas privadas?
Em vez de se afastar os alunos e, por inerência, as suas famílias, porque não discutir medidas de incentivo à fixação das populações e suas famílias em pequenos centros rurais?
Talvez fosse melhor aproveitado o valor a atribuir às Câmaras Municipais para o auxílio do transporte de crianças em subsídios às famílias e aos professores que optassem por escolas nestes centros rurais.
Mas em lugar disso promove-se o abandono e a desertificação do interior em troca do incentivo à permanência nos grandes centros urbanos.
Com que objectivos e benefícios?
Ao que parece a dúvida permanecerá...
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