9 Agosto 2014      01:00

Está aqui

Gente pequena e gente crescida

“Isto são coisas de gente crescida”, oiço muitas vezes em conversas que vou tendo aqui e ali.

Por muito que custe a crer, esta é ainda a posição de muitos no que respeita à participação dos jovens na política.

E é também este tipo de atitudes que, em determinados cenários, acaba por afastar ainda mais os jovens de uma participação política mais activa.

É certo que não é o único motivo. Talvez nem sequer seja o principal mas, se sempre que quisermos iniciar algo novo ou um novo percurso nos depararmos com esta “gente crescida” que apenas se vê a si própria e aos seus interesses, onde podemos ir buscar o incentivo?

Querer chegar e participar deveria ser uma atitude vista pela positiva e não como um impedimento à conquista do poder pelo poder.

Felizmente, no meu percurso sempre tenho tido um apoio constante por parte das pessoas com mais experiência. No entanto, casos existem em que o que sucede é exatamente o contrário. E isso tem de mudar!

Creio que seria bom investir um pouco mais de tempo em demonstrar aos jovens a importância de uma participação política activa e aos mais experientes a importância de uma participação inter-geracional.

Infelizmente, nos últimos tempos, os exemplos não são os melhores, reconduzindo parte dos jovens que poderiam estar interessados a um lugar de assistentes.

Por isso, cabe a cada um de nós demonstrar que, apesar da experiência e visão diferente, todos são bem-vindos sem ter de estar constantemente com receio de eventuais facadas nas costas.

Este trabalho pertence igualmente às instituições e associações jovens.

Não basta ficar parado à espera que as pessoas apareçam. Há que demonstrar a todos que vale a pena participar e pensar no futuro que queremos para o nosso País e para a nossa geração.

Há que saber receber e expor as ideias sem estar à espera que outros o façam por nós.

Há que sair de entre portas e mostrar quem somos, o que pretendemos e o que estamos a fazer para o conseguir.

Sem medos. Apenas com determinação e crença nos nossos valores.

Há que saber ouvir e ter a mente aberta para novas formas de agir e pensar, sem nunca nos agarrarmos a lugares nem a poderes que se julgam instalados.

Acima de tudo há que saber integrar e incentivar cada pessoa nova que chega, independentemente de ideias, apoios ou origens.

Porque, afinal, todos nós já fomos pequenos num mundo de “gente crescida”.