2 Setembro 2014      01:00

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Culturem-nos

Caros leitores,

antes de iniciar a minha primeira crónica no Tribuna do Alentejo, queria agradecer o convite que me foi feito para participar neste projecto, projecto o qual acredito que levará mais e melhor informação ao nosso Alentejo.

Decidi inaugurar o meu espaço cultural com uma crónica que visa esclarecer qual o investimento cultural do nosso país. Penso que antes de começar a falar de arte e cultura seria também útil ao leitor perceber em que moldes económicos funcionam os agentes culturais no nosso país. Os dados referentes ao Orçamento do Estado de 2013 revelem que foi efectuado um investimento na cultura equivalente a 0,1% do PIB quando, segundo dados da Eurostat, no ano de 2010 este investimento tinha sido de 0,5% e, curiosamente ou talvez não, a cultura acabou por ter uma contribuição de 1,4% para o PIB. Com base nos dados apresentados podemos compreender o enorme corte financeiro que existiu e continua a existir para os agentes culturais. Em relação ao orçamento total das despesas do País, a cultura representa cerca 0,4% do orçamento, bem abaixo do falado 1% para a cultura pedido pelo movimento “Manifesto em Defesa da Cultura”, movimento este que nos explica que no ano de 2011 o investimento do Estado nesta área representou 6,7% do que o Estado gastou na banca, nomeadamente para tapar o buraco financeiro do BPN.

Winston Churchill, que foi obrigado a realizar cortes orçamentais durante a segunda grande guerra mundial devido às despesas geradas por esta, proferiu a seguinte frase quando alguém lhe sugeriu que cortasse na cultura: “então e depois vamos lutar pelo quê?”.

A cultura é a identidade de um povo. A arte faz-nos ir para mundos imaginários e é a imaginação que nos distingue como seres pensantes.

http://emdefesadacultura.blogspot.pt

http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home