8 Julho 2016      16:36

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YEBORATH É MADE IN ALENTEJO

Chama-se José Martins, tem 30 anos, é Técnico de Secretariado e encontrava-se desempregado quando decidiu agarrar a oportunidade de dar um novo rumo à Yeborath, um espaço localizado em Évora, que se dedica ao Design, Publicidade e Brindes Personalizáveis. Fique a conhecer este projeto e a sua potencialidade em https://www.facebook.com/Yeborath

Tribuna Alentejo – Qual é a tua relação com o Alentejo? Sempre viveste cá?

José Martins – Sou Alentejano de gema e nascido em Évora, precisamente há 30 anos, altura em que a cidade foi considerada Património Mundial pela UNESCO. Apesar de ter uma (ou bastantes, até) costelas algarvias, onde estou completamente ligado, é como Eborense que me reconheço.

 

Tribuna Alentejo – E qual é a tua ligação à área do design ou da publicidade? Tens experiência ou formação nesta área?

José Martins – Eu comecei na área do Design há bastantes anos (ainda sem o saber), quando gostava de oferecer uma fotografia mais “trabalhada”, ou um convite de aniversário criado por mim. Desde que comecei a mexer em computadores, ainda na altura do velhinho mIRC e das salas de chat, que passava horas a pesquisar fotografias e desenhos que gostaria de fazer em t-shirts, etc.

Muitos anos passaram e aqueles trabalhos no “paint” e no “word” deixaram de fazer sentido. No meu percurso escolar tinha a mania que o que fazia tinha de ser perfeito. Podia não dormir naquela noite, mas a apresentação em powerpoint da manhã seguinte, tinha que ser a melhor e mais completa. Mais tarde, comecei fazer cursos online, as ideias cada vez fluiam mais rapidamente e, na maioria das vezes já imagino o trabalho mesmo antes de o começar, uma vez que já sei os conhecimentos que tenho e até onde consigo ir.

Hoje em dia, já depois de ter estagiado e trabalhado na área, continuei a fazer trabalhos como freelancer para instituições, associações e outros pequenos trabalhos a nível nacional… e com o tempo, fui adquirindo mais conhecimentos (que só aparecem com a prática), mas mesmo assim, trabalhando nestas 3 vertentes, todos os dias se aprende qualquer técnica, qualquer pormenor. É o que me motiva.

Tribuna Alentejo – Em que circunstâncias a Yeborath entrou na tua vida?

José Martins – A “Yeborath - Design & Gift Shop” (suposto nome da Cidade de Évora nos nossos antepassados Árabes) foi um projeto praticamente caído do céu. Foi uma oportunidade quase imperdível. Apesar de nunca ter dado um “passo maior que a perna” e ser bastante cauteloso em tudo o que faço, há uns poucos meses atrás um amigo pensou em tentar a sua sorte no estrangeiro, mas tinha ainda muito para resolver em relação à sua loja que teria que deixar para trás. «Queres ficar com o espaço? É a tua cara, é a área que sempre gostaste… já imaginaste tentar viver disso e teres a tua própria loja?»

Na realidade, não. Nunca me tinha passado tal coisa pela cabeça. Nunca pensei ser empresário, nem ter um projeto que sou eu que comando, com as minhas ideias que se acomularam há tantos anos e que tanto queria que resultasse, mesmo sem saber que passo seguinte teria que dar.
Claro que isto é a parte bonita da história. Mas é engraçado, porque nesta história até há poucas partes menos bonitas.

Tribuna Alentejo – Quais foram as principais incertezas ou dificuldades que sentiste ao lançares-te neste projeto? E por que decidiste fazê-lo?

José Martins – Falando nas tais partes menos bonitas… (risos) as burocracias. São bastante complicadas no nosso país. Todos falam nelas e com toda a razão.

Existem “Balcões Únicos” que não nos conseguem solucionar assuntos tão banais que nos são essenciais, como fazer um simples contrato de água. Criam-se serviços centralizados e “empresas na hora” que não nos conseguem responder a questões simples, Temos que marcar reuniões com mil e uma pessoas de diferentes áreas para aprovarem uma placa identificativa para colocar no exterior da loja. Temos que expor a nossa vida às entidades bancárias para nos “emprestarem” uma pequena “ajuda com juros”.

Infelizmente ainda estamos muito atrasados em relação a serviços tão simples. O antigo proprietário ajudou-me em alguns dos passos a dar, uma vez que tinha passado exatamente pelo mesmo, mas mesmo assim, foram cerca de 3 meses para conseguir abrir uma loja (apenas em questões burocráticas) e que podiam ser resolvidas em poucos dias. Por outro lado, em relação à segunda parte da resposta… até é bastante simples. Quem não sonhou em trabalhar na área que gosta, no seu próprio espaço? Posso trabalhar 12 horas por dia ou mais, raramente consigo ter algum feriado ou fim de semana, mas estou a lutar por mim e pelo meu negócio. Assim, nada custa e tudo vale a pena.

Tribuna Alentejo – Que serviços e que tipos de produtos oferece a Yeborath aos seus clientes?

José Martins – Tentando ser um pouco mais directo e não aborrecer quem nos lê, a Yeborath trabalha principalmente com 3 áreas distintas que acabam por se complementar – Design, Publicidade e Brindes Personalizáveis. Somos uma loja diferente, pois o produto final é criado pelo cliente. É a pessoa que nos visita que diz o produto que quer personalizar e de que forma o quer.

Nós, por sua vez, queremos ter e manter uma excelente relação com o cliente e, pincipalmente gostamos que se sintam bem vindos e com à vontade suficiente para nos pedirem o que realmente imaginaram, para que consigamos cumprir com os seus objectivos. Tanto trabalhamos com um pintor ou construtor civil que quer fazer flyers ou cartões de visita para publicitar os seus serviços, onde nós damos uma imagem nova ou renovada, como podemos trabalhar com empresas/associações/organizações já com raízes e provas dadas, que desejam inovar a sua linha de produtos ou ofertas para os seus próprios clientes.

O Design é a criação do objecto em si, que dá resultado a um trabalho final e nessa parte, fazemos logotipos, cartões de visita, flyers, todo o tipo de cartazes, autocolantes, convites para casamentos, batizados, aniversários e todo o tipo de eventos.

A área da Publicidade está mais relacionada com empresas/associações/organizações, onde mais uma vez podemos realizar a sua parte gráfica ou (caso a mesma já exista) fazemos todo o tipo de vestuário personalizado, fardamentos, lonas, telas, placas de exterior e interior, roll-ups, stands para feiras exposições e eventos, entre muitos outros artigos.

Na Yeborath, mais propriamente na parte dos Brindes Personalizáveis, trabalhamos com o cliente que quer oferecer uma prenda original à mãe ou à namorada. Pode vir ter connosco (ou através da página do facebook ou e-mail) com uma foto, uma imagem, uma frase, um “carinho” (caso não tenha ideia, nós aconselhamos ou mostramos outros exemplos já feitos), para aquela pessoa especial e de seguida escolhe o produto que quer personalizar (desde as canecas, azulejos, todo o tipo de roupa, puzzles, malas, carteiras, almofadas, telas, porta-chaves, imans (e tantos, tantos outros artigos personalizáveis) e pode dizer que aquele objecto é único e foi idealizado por si.
Tentamos ainda dar um especial destaque aos eventos e às “festas da terra”. Já fizemos equipamentos para uma equipa de Running, eventos de Btt, t-shirts para Comissões de Festas, a nossa Feira de S. João, etc.
Para esses eventos temos outros produtos como lanyards (fitas de identificação) personalizados, identificadores, fitas de pulso, bilhética, pins, crachás e mil e um outros artigos feitos para aquele evento específico.
 

Tribuna Alentejo – Se uma pessoa quiser encomendar, por exemplo, uma única t-shirt ou uma única caneca, pode fazê-lo na Yeborath?

José Martins – A Yeborath é um projeto recente e de pequena dimensão. Os nossos meios são poucos e escassos, mas o que nos faz estar aqui é isso mesmo, criar produtos diferentes e únicos, feitos por nós.

Nem sei se estaria interessado em ter maquinaria de fábrica a produzir um número louco de peças por dia. O que nos faz andar aqui é, como disse anteriormente, produzir produtos únicos. Tanto fazemos uma única t-shirt para a menina que quer levar para a praia, como uma caneca do clube do pai dessa mesma criança, para beber o café da manhã.
Por outro lado, como disse na última questão, estamos desejando que venham as queimas das fitas, as feiras, as festas da aldeia, e os grandes eventos da cidade, onde fazemos produtos quase em massa …e cá estaremos para os fazer, pois tudo nos faz evoluír, dia após dia, trabalho após trabalho.

Tribuna Alentejo – Existe um espaço físico, em Évora, onde as pessoas podem conhecer os vossos produtos... Também é possível encomendar peças on-line?

José Martins – Sim, a Yeborath está localizada no nosso Centro Histórico de Évora, mais propriamente na Rua de Aviz, nº 84, mais ou menos a meio da rua.
É uma lojinha pequena e que para muitos ainda passa despercebida, mas acredito que com o tempo passe a ser conhecida como “a loja que podemos personalizar o que quisermos”.
Nesta altura ainda trabalhamos muito com catálogos de fornecedores, mas tentamos sempre ter as prateleiras e expositores com escolha suficiente para o cliente encontrar o artigo que quer oferecer.

Apesar de a Yeborath ter aberto portas apenas há cerca de 3 meses, estamos a querer produzir artigos mais virados para o turista que visita a nossa cidade diariamente. Évora tem tido um crescimento brutal nesta área e penso que também conseguimos aliar os nossos serviços a esse tipo de público.
Em relação à compra de produtos online, estamos neste momento também em processo de construção do nosso site, contudo, a ideia será para funcionar mais como um portfolio online, onde as pessoas podem ver alguns dos trabalhos já realizados e onde terão acesso a fazer encomendas.
Temos, possivelmente, milhares de artigos disponíveis para serem personalizados e não será fácil tê-los todos expostos ou acessíveis online. Mas como disse, brevemente haverá novidades!

Tribuna Alentejo – Vemos na página do Facebook que a Yeborath surge ligada a algumas instituições sociais... De que forma se concretiza este apoio? É a vertente social uma prioridade para ti, enquanto responsável pela Yeborath?

José Martins – Sem dúvida. Vivemos numa era em que todos precisamos de todos. Quando nos entram pela porta para apoiar por exemplo o Cantinho dos Animais de Évora, a nossa maneira de ajudar é criar produtos que eles possam vender em eventos e consigam angariar fundos para as suas causas. Aconteceu o mesmo com a Refood – empresa que aproveita os desperdícios alimentares para distribuír pelos mais necessitados.

Se não consigo contribuir monetariamente, mas tenho hipótese de ajudar de outra maneira, porque não? No caso do Centro de Convívio da Câmara Municipal de Évora, pediram-me para realizar as suas T-shirts com o nome dos utentes, para usarem nos seus eventos e, nesse caso, consegui fazer 50% desconto, pois acho que em muitas situações e, (apesar de estarmos no início e ter aberto uma loja para viver dela) nós conseguimos ajudar quem tanto já fez, como amanhã poderemos ser nós ajudados. A Associação Cultural NaturAlentejo da Ana Bicho é um desses casos. Começou por ser nossa cliente e rapidamente passámos a ser uma empresa apoiada por eles, porque confiam em nós.
Se existe uma relação de entreajuda, só há a ganhar com isso!
Um dos nossos principais objetivos é trabalhar em conjunto com as empresas/associações/organizações da nossa cidade. Nós para eles, eles para nós… só assim faz sentido.

Tribuna Alentejo – Nesta nova fase da tua vida, quem mais te tem apoiado?

José Martins – Esta “nova fase” da minha vida começou há uns bons meses atrás a nível pessoal e rapidamente se alastrou à vertente professional. A minha mulher, a Cláudia… é a pessoa que mais me apoia em todo e qualquer momento e tem sido a minha base emocional e aquele alfinete que nos pica quando temos que tomar decisões. Tem sido o equilibrio no meio de tanto balançar.

Tive também o apoio bastante próximo da família, (que só soube da existência do projeto, pouco tempo antes deste se realizar) mas que desde aí, aparecem e oferecem-se para ajudar a fazer T-shirts ou uns quantos crachás para um evento no dia seguinte. O meu primo Nuno que ajudou a “levantar as paredes” e a dar o pontapé de saída. O Hugo, que já foi mencionado anteriormente e que me ajudou em quase todos os processos burocráticos e práticos (risos). E todos os amigos que vão passando para dar a palmadinha nas costas, que de vez em quando tanto precisamos!

Tribuna Alentejo – Se dependesse exclusivamente de ti, onde estariam o José Martins, a Yeborath e todas as pessoas que sempre estiveram ao teu lado, daqui a um ano?

José Martins – Durante grande parte da entrevista, muitas vezes une-se o José Martins (proprietário e funcionário) com a Yeborath (projeto a dois – em conjunto com a minha mulher).
Mas voltando à questão… Profissionalmente, não sei se estaria no mesmo espaço ou se já conseguia ter uma loja bem maior e com outra “pedalada”. Mas certamente que estaria a fazer o mesmo. É a área que gusto e é o que me agrada fazer. Não digo que isso um dia não possa mudar, mas daqui a um ano ainda é pouco tempo (risos). Espero sobretudo ter um projeto em que as pessoas acreditem e com quem gostem de trabalhar.

Pessoalmente, também não desejo grandes mudanças. Ter a minha mulher, e restante família junto a mim, ter uma vida “orientada”, quem não deseja isso?
Infelizmente os tempos não estão fáceis para ninguém, mas desejo que a nossa cidade, região e país consigam dar um salto positivo, para que mais pessoas como eu possam ter a oportunidade de fazer o que gostam, de trabalhar nas áreas que investiram e que sempre sonharam realizar.

Que existam mais Instituições Sociais, mais Sociedades do Bem, mais Centros de Convívio, mais pessoas com vontade de ajudar com as suas possibilidades!
Para terminar, gostaria de convidar os leitores da Tribuna Alentejo a visitarem a nossa loja na Rua de Aviz, nº 84 em Évora.

Podem ainda visitar a nossa página em https://www.facebook.com/Yeborath e ficarem a par dos trabalhos que vamos realizando.
Através do e-mail geral@yeborath.com podem ainda fazer encomendas, pedir orçamentos ou qualquer tipo de informação.