7 Março 2021      19:31

Está aqui

Ativista e artista chinês Ai Weiwei planeia homenagem a Gorbachev a partir do Alentejo

É considerado pela crítica “um dos artistas mais interventivos e criativos da contemporaneidade” e transformou a sua arte num grito de ativismo, sendo também um dos rostos mais conhecidos na oposição ao regime comunista de Xi Jinping, o obrigou ao exílio.

Falamos do mundialmente famoso artista chinês Ali Weiwei que, depois do exílio na Alemanha e Grã-Bretanha, decidiu ficar a viver em Portugal, no concelho de Montemor-o-Novo, no Alentejo.

À Reuters, Weiwei revelou o seu amor pelo nosso país e a sua intenção de (...) “ficar aqui por muito tempo se nada acontecer.”

É desde o seu refúgio alentejano que o artista plástico chinês procura inspiração para homenagear o russo Mikhail Gorbachev, que celebrou recentemente 90 anos. Weiwei revela ter pena que não exista um Gorbachev chinês.

A intenção é criar um memorial a Gorbachev, em Berlim, na Alemanha, numa atividade de cooperação com a Fundação Cinema pela Paz do ativista esloveno Jaka Bizilj (a mesma fundação que recentemente tornou possível tratar o opositor ao regime russo Alexei Navalny, em Berlim). 

Nesta reportagem da Reuters, realizada por Catarina Demoney em Montemor-o-Novo, Thomas Escritt em Berlim e edição de Raissa Kasolowsky, Weiwei diz que Gorbachev é “um dos pensadores mais importantes, visionários que ajudaram a criar uma nova oportunidade para a sociedade.” e que é “sempre um símbolo para as pessoas que buscam a liberdade.”

Mikhail Gorbachev foi o último líder da União Soviética (URSS) e tentou levar o país do comunismo para a social-democracia, implementando políticas de paz como a retirada soviética da Guerra do Afeganistão, a limitação da proliferação de armas nucleares e o fim com a Guerra Fria, tolerou a saída e independência de países do jugo da URSS e permitiu a unificação da Alemanha; implementou medidas internas relevantes como a ”glasnost”, que procurava a transparência política interna, aumentando as liberdades de expressão e imprensa, e a ”perestroika”, uma política que procurou a "reestruturação" e a descentralização da tomada de decisões na ex-URSS, promovendo ainda o fim de uma política unipartidária.

É considerado uma das figuras mais importantes da segunda metade do século XX e foi galardoado com diversos prémios, entre eles, um Nobel da Paz.

Em Portugal, a primeira exposição de Ai Weiwei, “Rapture”, acontecerá de 4 de junho a 28 de novembro, na Cordoaria Nacional, em Belém.

 

Imagem de comunidadeculturaearte. com