Vila Viçosa precisa de um novo caminho. A constatação deste facto, talvez partilhada por uma larga maioria, tem como consequência o dever moral de participação cívica dos Calipolenses na construção de uma alternativa válida.
As últimas décadas, no que aos sucessivos executivos camarários diz respeito, tiveram como herança uma estagnação visível em diversas áreas, cujo principal resultado foi a deterioração da qualidade de vida no concelho, aliada a uma total ausência de perspectivas e projetos de futuro.
Esta realidade, comprovada por factos irrefutáveis, motivou a minha participação num projecto que considero poder constituir uma solução para a concepção de novas metas.
Em consciência, não podia ficar de braços cruzados, observando a inércia generalizada e a inexistência de uma estratégia eficaz para os desafios que se avizinham. Talvez fosse mais fácil permanecer como um espectador atento, pontualmente crítico, confortavelmente instalado na minha zona de proteção, observando à distância o declínio assustador que teima em impor-se, sem que nada seja feito. Mas não basta somente dizer que não se concorda. É necessário participar e apresentar possíveis soluções.
Nesse sentido, essa convicção levou-me a agir, de forma a poder dar o meu humilde contributo para essa mudança que considero inevitável, integrando uma equipa que alinha no mesmo pensamento e que se propõe a trabalhar em prol da comunidade calipolense.
A fórmula encontrada para esse desafio, talvez surpreendente para alguns, conjuga experiência política, vontade de trabalhar e um profundo conhecimento da realidade. Já muitos vieram a terreiro criticar o formato, quando o que realmente importa é o conteúdo. Os rótulos anunciados ficam ao critério de cada qual e não nos desviam do foco.
Há muito que defendo que somente uma união dos que não se revêem nas políticas que têm vindo a ser implementadas pode constituir uma alternativa válida. Os últimos meses têm sido de trabalho e de partilha, tentando identificar os problemas, apontando potenciais soluções para a sua resolução, num verdadeiro trabalho de equipa. Não há fórmulas mágicas e por isso pedimos o contributo de todos. O diagnóstico, complexo, está a ser realizado, para que as melhores respostas possam ser dadas. Infelizmente, sabemos de antemão que há muito por fazer.
Acredito que estão reunidas as condições para que um bom trabalho possa ser desenvolvido, se os Calipolenses acreditarem neste projeto. Somente podemos prometer o nosso empenho e a nossa dedicação a esta terra de que tanto gostamos.
A permanência no poder durante mandatos consecutivos, com os mesmos protagonistas, as mesmas políticas e uma mesma linha ideológica constitui a antítese do sistema democrático, que tem como pressuposto a alternância e a diversidade.
Apostar na continuidade, ainda que com a substituição anunciada dos principais protagonistas, significa manter o mesmo caminho de estagnação, retrocesso e total ausência de diálogo com os cidadãos e as instituições.
Está aos olhos de todos os munícipes que a eterna permanência na cadeira do poder trouxe consigo uma maior passividade, uma crescente arrogância e a noção de que tudo pode ser feito sem uma análise crítica ou uma prestação periódica de esclarecimentos sobre decisões tomadas. O diálogo dos eleitos com os cidadãos não se pode perder, sob nenhum pretexto.
E é também isso que se pretende alterar, estabelecendo pontes com empresários, entidades, associações e comunidade em geral, de modo a definir planos e ações concretas, para benefício de todos.
Manter tudo na mesma significa perder o comboio do desenvolvimento. Vila Viçosa não pode esperar mais!
Sabemos que o desafio que propomos não se afigura fácil, pois significa lutar contra os preconceitos, a desconfiança e os interesses instalados, com implicações na esfera pessoal, familiar e profissional. Mas ainda assim, isso não nos demove em termos da nossa participação cívica e da necessidade urgente de criar uma alternativa que seja válida e credível aos olhos dos calipolenses.
Estamos nesta luta com coragem, para dar o nosso contributo, propondo uma nova visão para o concelho e uma esperança renovada face ao futuro da “Princesa do Alentejo”.
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