29 Março 2017      12:08

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UM FUTURO DE ABUNDÂNCIA, E NÃO DE ESCASSEZ

Num mundo com crescentes pressões sobre os recursos naturais, as atividades humanas devem ter a capacidade de gerar efeitos positivos, tanto para o consumidor final quanto para a biosfera. Mas, para isso acontecer é preciso criar uma nova tendência de gestão.

Neste contexto, é fundamental e urgente garantir a implementação de uma estratégia global que fomente a reconversão do modelo linear de crescimento económico para um modelo de economia circular, baseado nos princípios de uma economia verde, geradora de postos de trabalho e riqueza, que tenha como resultado tangível um crescimento económico sustentável que traga benefícios globais.

A par disto, as políticas da União Europeia (UE) têm verificado uma notável evolução em matéria de ambiente, com especial incidência nos últimos anos, oferecendo diversos mecanismos de criação de valor dissociados do consumo de recursos finitos. Esta postura, permite comprovar a vontade expressa pela Comissão Europeia de acelerar o processo de transição para uma economia circular.

Assim e dada a importância estratégica, a UE está focada na implementação de um Plano de Ação que consiste num conjunto de medidas decisivas que abrangem a totalidade do ciclo de vida dos produtos, com o intuito de promover a reparabilidade, a durabilidade e a reutilização ou reciclagem dos produtos, bem como a eficiência energética.

No domínio da reciclagem a proposta da Comissão Europeia é no sentido de estabelecer, para os Estados-Membros da UE, um objectivo comum que vise, até́ 2025, reutilizar e reciclar 65% dos resíduos de embalagens, nomeadamente: 55% plásticos; 60% madeira; 75% metais ferrosos (aço); 75% alumínio; 75% vidro; e 75% papel/cartão. Sendo que a meta estabelecida para 2030 é, ainda, mais ambiciosa, apontando para a reutilização/reciclagem de 75% dos resíduos de embalagens.

Apesar de não ter sido feito qualquer estudo prévio relativo ao impacto económico/financeiro, calcula-se que as medidas evitarão, por ano, mais de 3000 toneladas de resíduos perigosos na UE e, ainda, permitirão economizar energia e matérias primas.

O grande desafio assenta na manutenção do valor de produtos e materiais, durante o maior período de tempo possível no ciclo económico.

Face às atuais tendências de aumento populacional e sucessivo crescimento da procura, as propostas da União Europeia vão no bom sentido e defendem as melhores práticas na utilização eficaz e eficiente dos recursos finitos.

No entanto, a mudança para uma economia circular exige o envolvimento e o empenho de das pessoas, pelo que caberá, assim, aos decisores políticos a função de proporcionar as condições adequadas para reforçar o papel dos consumidores e definir o modo como os cidadãos podem assegurar os benefícios das mudanças em curso.

Estou convicto que este é o longo caminho que, inevitavelmente, teremos que trilhar para beneficiar de uma Europa eficiente e eficaz na utilização dos recursos, e, naturalmente, são estes os passos que devem ser dados pela defesa da sustentabilidade do nosso planeta.

Imagem de capa da noctulachannel.com