O tempo mandou avisar que leva tudo, insistindo que nem o que parece cruel o é. Que tudo acabará por ter um sentido, por mais impiedoso que pareça.
Deito-me com o olhar dirigido para as nuvens, que formando desenhos inconstantes, parecem dançar com o azul claro do céu. Isso é bom, certo? Está claro simbolizando tranquilidade. Fecho os olhos e quem está a nadar agora sou eu. É a minha vez de sonhar com um mundo utópico; será que ele chegará para mim?
O sol quase que pede permissão para me queimar, e dou; agradecendo o quente agradável e acolhedor. Sinto cada raio a penetrar-me e sorrio sem mostrar os dentes, um sorriso tão simples quanto este comportamento. Não há vento. Não há carros zangados. Sou só eu e um céu limpo.
O calor desenha em mim esperança, agarrando-me com força. Esforço-me para ouvir paz visto que não ouço a minha própria voz há horas.
As nuvens começam a dissipar e o céu escurece, o que me dá indicações de que estou aqui há mais tempo do que previa.
O mundo continua a girar. Só me resta aprender com ele.