17 Fevereiro 2021      11:57

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Sociedade civil de Gavião refloresta 600 hectares de área ardida

A Terras de Guidintesta – Sociedade de Desenvolvimento Rural, em parceria com a Associação de Produtores Florestais da Freguesia de Belver, vai plantar cerca de 270 mil árvores na área de Belver, no concelho de Gavião, para reflorestar a área ardida após os incêndios de 2003, 2005 e 2017.

De acordo com o portal mediotejo.net, o projeto “Reflorestar Belver” requer um investimento total de cerca de 400 mil euros, 75% do qual será financiado a fundo perdido pelo PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural da União Europeia). Para mais, uma vez que a libertação dos fundos Europeus depende da taxa de execução do projeto, a Sociedade recorreu ao crowdlending com a empresa GoParity.

No total vão a ser plantadas 270 mil árvores indígenas (espécies como o pinheiro manso, o medronheiro e o sobreiro), em 600 dos 5400 hectares ardidos nos quatro incêndios que devastaram cerca de 85% da área florestal de Belver. Uma floresta desta dimensão permitirá absorver cerca de 6 mil toneladas de CO2 por ano.

Em janeiro de 2020 foram angariados 50 mil euros na GoParity, montante garantido em menos de 24 horas por 123 investidores da plataforma. Este investimento permitiu a limpeza de parte da área ardida, em cerca de 50 hectares, através da eliminação do arvoredo ardido e da preparação do solo para a plantação.

Quanto à segunda campanha, que decorreu em setembro de 2020, angariaram-se mais 50 mil euros, dando continuidade às operações de limpeza para iniciar a plantação. Por fim, a terceira e última campanha de financiamento, também no valor de 50 mil euros, voltou a fechar em menos de 24 horas, graças à participação de 246 investidores. Esta última tranche vai servir para terminar a plantação na área já preparada e preparar solo na área limpa.

No projeto de reflorestação está contemplada a preservação, fomento da vida selvagem e da biodiversidade, e ainda a promoção de emprego local. Além da plantação de espécies autóctones, vão ser levadas a cabo obras de correção e proteção de território para a preservação e fomento da biodiversidade e exploração sustentável dos recursos locais. A iniciativa vai ainda possibilitar a recuperação dos terrenos, uma das principais fontes de rendimento de 130 pequenos proprietários locais também impactados pelos incêndios, contribuindo para a sua maior autonomia financeira.

Carlos Machado, gerente da Terras Guidintesta, explica que “a preocupação tem sido recorrer sempre a empresas locais, como forma de assegurar postos de trabalho na região. Prevê-se a manutenção e criação de alguns postos de trabalho. Com as necessidades sazonais ao nível da colheita, vão ser exigidos pontualmente mais recursos. Neste momento, por exemplo, os trabalhos da Terras de Guidintesta já empregam quatro pessoas, estando prevista a criação de mais um posto de trabalho até ao final do ano. Com a maturidade do projeto esperamos que mais oportunidades de negócio nasçam desta intervenção”.

 

Fotografia de noticiasaominuto.com