10 Junho 2019      11:51

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Sete mil anos depois o mais místico monumento alentejano ganha centro interpretativo

O monumento megalítico mais importante da Península Ibérica, e um dos mais importantes da Europa, não apenas pelas suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação, ganha finalmente um centro interpretativo, inagurado às 10h00 do próximo próximo 15 de junho. Falamos do Cromeleque dos Almendres em Évora, uma das mais fascinantes estruturas megalíticas, com uma idade estimada de mais ou menos sete mil anos.

Esta nova estrutura de apoio turístico estará localizada na aldeia de Guadalupe, a localidade mais perto do cromeleque e é resultado de iniciativa privada e apoiada pelo Instituto Português do Turismo através do programa “Valorizar”. Este novo centro conta com duas áreas exteriores de acesso livre e permanente, incluindo um percurso com vários painéis explicativos sobre o património cultural e ambiental da região e um parque de merendas.

A área coberta é um edifício original e completamente forrado a cortiça - projetado por João Modas – e inclui instalações de apoio aos turistas bem como uma loja de “merchandising” que será explorada pela empresa promotora,a Ebora Megalithica.

O jornal britânico The Independent publicou em 2016 um artigo inteiramente dedicado à cidade de Évora onde destaca o Cromeleque dos Almendres, a 15km do centro da cidade, um dos maiores monumentos megalíticos da Europa e, como sabemos, um local perfeito para as celebrações dos solstícios.

Apesar do fascínio e elogios aos 95 monólitos perfeitamente preservados, o autor do artigo, puxa a brasa à sua sardinha e confessa que o monumento pode “não ser tão bonito como a estrutura de Stonehenge ou Avebury, mas quase”. Descrevendo o sentimento da sua visita como estando “no meio de uma multidão de amigos de granito, aos empurrões para tentar ver mais qualquer coisa”.

Tendo visitado o monumento com o arqueólogo Mário Carvalho, da Ebora Megalithica, Simon Broughton destaca ainda a importância da preservação do Cromeleque dos Almendres, o maior e um dos mais antigos monumentos megalíticos de toda a Península Ibérica, transportando-nos para “um momento crucial do desenvolvimento humano, onde se deram os primeiros passos da revolução agrícola”. Uma autêntica prova “da importância das estações” no desenvolvimento humano.

Na inauguração será descerrada uma placa evocativa em homenagem ao arqueólogo descobridor do Cromeleque dos Almendres e da Anta Grande do Zambujeiro, Henrique Leonor de Pina, falecido no passado ano. O eborense Galopim de Carvalho, condiscípulo de Leonor de Pina, estará também presente neste ato.

 

Imagem de capa de Ángel M. Felicísimo

 

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