18 Agosto 2016      00:19

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SEREMOS TODOS VELHOS DO RESTELO?

Tenhamos ou não algum apreço sobre as agências de rating como a DBRS, ou a Standard&Poors, Fitch e Moody’s, é a agência canadiana DBRS, a única agência de rating reconhecida pelo Banco Central Europeu (BCE), que não nos coloca com a avaliação de “LIXO”.

E o que é que isso interessa na nossa economia? TUDO.

Ou seja, para que o BCE continue a comprar títulos da dívida pública portuguesa e para que os Bancos nacionais consigam apresentar a divida pública portuguesa como garantia para se financiarem junto de Frankfurt, é necessário que uma das quatro agências mantenha o rating de “investimento”. Algo que só a DBRS faz.

Escrevo sobre este tema por duas razões principais: Primeiro, por sentir alguma apreensão ao modo como Portugal se está a preparar para encontrar uma alternativa, no momento em que o BCE fechar a operação das quantitative easing que usa para estimular a economia, aumentar a inflação e diminuir as taxas de juros das dividas. Segundo, porque Terça-Feira a mesma DBRS que nos tem “mantido em ordem”, deu uma entrevista à Reuters através do seu chefe de departamento dos rating soberanos, colocando pressão no fraco crescimento económico que Portugal tem tido. Principalmente depois dos resultados do último trimestre que ficaram muito aquém das expectativas.

Parece que em Portugal, quem tem actualmente posições e discursos que vão ao encontro da realidade dos números económicos, é considerado logo pelos indignados do costume como pessimista ou como mensageiro das más noticias. A verdade é que se sente uma retração da economia portuguesa e com os resultados que têm surgido vai-se cada vez mais demonstrando que a grande aposta de Centeno no aumento do consumo interno, é uma estratégia errada para que os números voltem a sorrir em Bruxelas. E pelos vistos as vozes de desconfiança surgem, também, pela Europa e pelo Mundo fora.

Como dizia esta semana o cronista Henrique Monteiro no Expresso Diário num artigo: "E, como se sabe, em democracia tem de se fazer o que o povo quer. Se o povo quer estilo, deem-lhe estilo. Quando tudo estoirar hão de vir, de novo, uns tipos sem estilo nenhum pôr isto na ordem."

Com estilo e com algumas manobras de reversões lá vai o Governo satisfazendo o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, porque na verdade o alivio da austeridade não é sentido pelos Portugueses. Nem tão pouco as políticas socialistas têm tido os resultados pretendidos e acordados com a União Europeias e com os seus parceiros da moeda Euro. 

Imagem de capa daqui.