Esta foi, talvez, uma das semanas mais importantes para Governo de António Costa, tendo este conseguido a aprovação do Orçamento de Estado por Bruxelas e pelo Parlamento e a prometida reversão da privatização da TAP.
Concorde-se ou não com as medidas, o que é facto é que, finalmente, alguém bateu o pé a Bruxelas, tornando a negociação das medidas a tomar exactamente numa negociação e não num monólogo Bruxelas-Portugal.
É certo que a austeridade continua, pois o inverso seria completamente irresponsável, mas a sua distribuição está a ser feita de forma mais igualitária.
O que é estranho é ver apoiantes da agora oposição insurgir-se contra o aumento de impostos quando o Governo que apoiaram praticamente aumentou tudo o que havia para aumentar, sem respeito por salários auferidos e rendimentos familiares.
Bem ou mal, António Costa já está a marcar pela diferença. Aceita o compromisso assumido com a Troika mas sem se inclinar demasiado para as suas vontades.
O Bloco de Esquerda continua fiel a si próprio e ao acordo que assinou. Defendendo o que acredita ser a necessidade real do País e cedendo em pontos não tão urgentes, na sua perspectiva.
Já o PCP, talvez ainda no espírito da sua declaração de derrota/vitória nas Presidenciais, esquece-se do que prometeu defender e não se vincula ao que anteriormente se tinha vinculado. Desrespeitoso mas, infelizmente, expectável.
São realmente tempos de mudança estes que atravessamos.
As mudanças começam a ser feitas, os cortes com o passado começam a ser feitos e Portugal começa a fazer por se ouvir nos órgãos comunitários onde tem assento.
Certamente que, durante o mandato nem tudo serão facilidades e boas atitudes mas que dá gosto ver quem nos defenda quer em sede europeia, quer em sede nacional, dá.
Foi realmente uma semana diferente do que estávamos habituados nestes últimos anos.
Aguardemos para ver o que virá de seguida.
Imagem de REUTERS/Yves Herman daqui
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