Se a saudade chorasse, viveria num oceano profundo; se eu desse autorização ao meu corpo, ele cairia berrando o teu nome constantemente; se pousasse o meu corpo no oceano, ele boiaria sem pensar.
Hoje, continuo a dançar com a tua sombra nesta cidade velha e gasta; cada memória, cada lembrança, queima-me profundamente.
O meu coração continua a despedaçar esperança, as minhas mãos tremem sem as tuas por perto, e estas quatro paredes questionam-me: “será que ele pensa em ti como pensas nele?”. Aviso-as para terem cuidado, que já tiveram demolidas anteriormente.
A lua decide perguntar por ti também, e dou-lhe um olhar. Para ser sincera, nem sei bem o que este olhar simboliza, espero que, com ele, me consiga ler a alma e que não faça perguntas.
Uma borboleta pousa no meu ombro suavemente, questionando-me ao que mágoa sabe e ignoro-a até tentar chegar a uma conclusão; foi o silêncio mais alto que ouvira até que deixo escapar:
-Liberta-me, amar-te ainda me custa.