24 Janeiro 2017      15:55

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RIQUEZA, JORNALISMO E ESTABILIDADE

8 IGUAL A METADE 

Neste momento, por incrível que possa parecer, 8 pessoas possuem a mesma riqueza que a metade da população mundial mais pobre! É de facto um dado impressionante, diria arrepiante até, pensar que somente 8 pessoas detêm a riqueza de metade de todos nós. Contudo, o mais assustador é que o fosso está a aumentar, ou seja, existe um desequilíbrio cada vez maior entre os mais pobres e os mais ricos, visível através da evolução dos números nos últimos 2 anos: em 2015, 1% dos mais ricos detinham a mesma riqueza da metade da população mais pobre, enquanto em 2016 bastam 8 mais ricos para fazer a mesma relação. Como será no próximo ano? Serão 7 ou 5 magníficos que vão deter a famosa metade? Qualquer ser humano que trabalhe a vida inteira honestamente, não conseguirá nem sonhar com quantias parecidas àquelas a que me refiro, é um assunto em que todos deveríamos reflectir.

A FORÇA DO JORNALISMO

Embora algumas vezes seja conotada com notícias populistas, não posso deixar de sublinhar o bom trabalho realizado pela TVI, nomeadamente no formato “Repórter TVI” que, desde o problema das mães no Reino Unido ao negócio do plasma, passando pelo mercado dos manuais escolares têm levantado questões muito importantes, polémicas e que devem merecer a atenção de todos. Além da qualidade com que são elaborados e de trazerem a público assuntos essenciais no nosso país, têm conseguido produzir impacto ao nível de actuação governativa e legal, sendo por isso um mérito a ter em grande consideração.

AGORA É QUE SÃO ELAS

Foi, no verdadeiro sentido da palavra, o primeiro desentendimento entre os parceiros da “Geringonça”, causando um abanão na estabilidade executiva e na concertação social - refiro-me à não aceitação da descida da Taxa Social Única (TSU) pelo Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português (PCP). Apesar de perceber a posição do BE e PCP, com todo o seu sentido ideológico e de justiça em termos de estruturação dos rendimentos estatais, em que a segurança social não pode sair prejudicada, fica a confirmação que estes partidos têm alguma dificuldade em agilizar posições, característica que lhes traz mais prejuízo que benefício, tanto na sua imagem enquanto parceiros, como no seu futuro a longo prazo se um dia quiserem tornar-se partidos de poder e não de contestação. À margem de todos os desencontros e a bem da estabilidade política, espero sinceramente que se encontre um caminho alternativo à descida da TSU, com a redução do Pagamento Especial por Conta a ser o meu principal palpite.