13 Julho 2016      11:15

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REGUENGOS DE MONSARAZ QUER SER CAPITAL DO VINHO

Depois de ser Cidade Europeia do Vinho 2015, o concelho alentejano de Reguengos de Monsaraz, quer agora assumir-se como Capital dos Vinhos de Portugal. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal local, José Calixto, diz já ter registado essa marca porque, a seu ver, a cidade “é, de facto, uma das grandes capitais dos vinhos de Portugal. Queremos assumir essa marca territorial, sem vergonha”.

Esta nova imagem promocional, apresentada na edição deste ano da BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, surge depois de Reguengos de Monsaraz ter ostentado, durante um ano, o estandarte de Cidade Europeia do Vinho 2015. O evento, de dimensão europeia e que terminou em fevereiro, atraiu a atenção mediática nacional e internacional, evidenciando a importância local do mundo da vinha e dos vinhos neste concelho do distrito de Évora.

Segundo o balanço do município, no ano passado, muito por causa do evento, o número de turistas no concelho aumentou quase 20%, em comparação com 2014, tendo sido contabilizadas 160 mil visitas a museus, exposições, igrejas e postos de turismo. Juntamente com a realização de cerca de 150 atividades e 120 parcerias com entidades, nomeadamente os produtores de vinho locais, estimando que 3,5 milhões de pessoas tenham tido conhecimento da distinção e contacto com eventos organizados durante o ano, no país e no estrangeiro.

A Cidade Europeia do Vinho, visitada por mais de 30 operadores turísticos estrangeiros e dezenas de jornalistas, “foi a aposta do município na valorização de um setor que é o motor da economia local e com impactos regionais”, afirmou José Calixto. Realçando que “obviamente que nada será como antes. Tivemos um palco para promover o vinho de Reguengos de Monsaraz, a que jamais teríamos acesso, em várias frentes e em dezenas de locais por esse mundo fora”, reconhece.

Mas, não é de agora que Reguengos de Monsaraz e o vinho "andam de mãos dadas". A vinha é cultivada há séculos na região e a produção vinícola tem peso histórico.

É no concelho, lembrou o autarca, que se localizam “um dos maiores produtores privados do país, a Herdade do Esporão”, que fez a sua primeira colheita em 1985 e possui a vinha mais extensa da Europa (450 hectares), assim como “a maior cooperativa vitivinícola de Portugal, a CARMIM”, que nasceu em 1971, com 60 associados, contando hoje com mais de 850, dos quais 450 na área vitivinícola.

O concelho, com cerca de quatro mil hectares de vinha, tem por isso “uma imensa riqueza” e é este potencial no setor dos vinhos, em ligação com a história e o turismo, que a Câmara quer aproveitar: “é esse o grande objetivo estratégico, criar valor e potenciar os vinhos, a gastronomia, o enoturismo e o património", conclui José Calixto.

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