Perdoem-me os leitores que não são do Benfica, mas eu estou feliz porque o meu clube é tricampeão e alcançou o 35. Não vou dissertar sobre as vitórias e as derrotas, sobre as polémicas, sobre os discursos cruzados ou sobre episódios desta época desportiva. Para isso há jornais e comentadores desportivos. A minha crónica é sobre Economia. Por isso, vou pegar numa lista de economistas famosos, e vou cruzá-la com alguns jogadores do Benfica.
Rui Vitória é, necessariamente, o Adam Smith do Tri. Aliás, como ele disse numa conferência de imprensa, era o pai da equipa. É, pois, o pai do Tri. Tal como Adam Smith é considerado o pai da Economia.
Amartya Sen, economista relacionado com a economia do bem-estar e com a economia social. Pelo bem-estar que proporciona a todos os seus companheiros de defesa, este economista bem que pode ser uma fusão entre Ederson e Júlio César.
Paul Krugman, um dos muitos Prémios Nobel desta lista, no seu caso relacionado com o conceito de economias de escala, ao nível das trocas comerciais. Vai para Paulo Lopes: que com pouco mais de 10 minutos de jogo, transformou isso em mais um campeonato.
George Akerlof é um famoso economista americano, laureado com um Nobel de Economia, com uma particularidade interessante: o artigo que escreveu e que lhe deu o prémio foi rejeitado mais do que uma vez para publicação. O papel de rejeitado (neste caso, pelos adeptos) vai para André Almeida.
Jean-Baptiste Say: a oferta cria a sua própria procura. Como que se criou a si próprio, após a saída de um colega de equipa para um clube rival, jogador esse que jogava na sua posição. Nélson Semedo, de seu nome!
John Keynes é um dos mais reconhecidos economistas, na medida em que o seu pensamento teve (e continua ainda a ter) muita influência na política económica de muitos governos. Eu diria que pode ser considerado o capitão da equipa dos economistas! Pois, é, adivinhou: Luisão!
Um dos modelos mais estudados de oligopólio (situação de mercado com poucas empresas e muitos consumidores) foi desenvolvido por Cournot. Há muitos centrais por aí, mas com a qualidade de Jardel, não são assim tantos…
Harry Markowitz: “não deixar os ovos todos dentro do mesmo cesto”. Ou seja, nos mercados financeiros é melhor diversificar. Então lá vem mais um central: Lisandro Lopez.
Milton Friedman é um monetarista, defensor de uma teoria alternativa ao que defendia Keynes, baseada na utilização da moeda como instrumento de política monetária. Alternativa a Luisão? Victor Lindelöf!
Angus Deaton. Foi o último laureado com o Prémio Nobel da Economia. Mas não é por isso que está nesta lista. Simplesmente porque me pareceu, de entre todos os laureados, aquele que é mais anafado (e peço desculpa ao senhor, se não for verdade). Tinha que ser o nosso Eliseu (e também lhe peço desculpas por esta brincadeira!).
Existem teorias económicas que identificam o equilíbrio parcial dos agentes económicos. E depois a teoria do equilíbrio geral, de Walras. Equilíbrio? Tinha que ser Fejsa.
Paul Samuelson, autor daquela que é considerada a Bíblia da Economia, por parte dos alunos de Economia. Economista generalista, uma vez que não se dedicou apenas a uma área específica dessa ciência. Tal como Samaris, que não só é centrocampista como também joga a central… e além disso ainda tem tempo para aprender a falar o Português!
Robert Solow, que sempre pretendeu explicar por que motivo uns países são mais ricos do que outros, questão que está relacionada com o potencial de crescimento dos países. Potencial? Renato Sanches, pois claro…
Joseph Schumpeter, economista que se dedicou ao empreendedorismo e à inovação, tem no conceito de destruição criadora a sua imagem de marca. Quem é que no Benfica inovou, destruiu defesas e criou tantos e tantos golos? Nico Gaitán!
John Stuart Mill. Além de economista foi também filósofo, defensor do utilitarismo. Esta teoria identifica que cada pessoa se deve reger por aquilo que maior nível de bem-estar lhe produz, por aquilo que é mais útil. E que útil ele foi: Pizzi! (mesmo quando nos assustou…).
João César das Neves, único economista português que incluo nesta lista. Alguém que muito admiro como economista mas também como pessoa e que tive o enormíssimo prazer de ter na apresentação de um dos meus livros. Porque o livro era do meu Rui, porque César das Neves é português, porque o considero uma pessoa nota 20… tinha que ser o Gonçalo Guedes!
John Nash. Alguém viu o filme “Uma mente brilhante”? É sobre este economista, responsável pela evolução da teoria dos jogos, que estuda a forma como os agentes económicos interagem entre si. Na forma como foi sempre interagindo com todos os benfiquistas nas redes sociais, só podia ser Eduardo Sálvio…
Alfred Marshall, conhecidíssimo economista, devido à cruz Marshalliana (que mostra o equilíbrio entre oferta e procura). Porque torna a vida dos defesas contrários uma autêntica cruz: Kostas Mitroglou.
Muhammad Yunus, economista também laureado com um Nobel. Curiosamente não o da Economia mas sim o da Paz. Jiménez, que acabou em paz com os adeptos, devido aos golos decisivos que marcou no campeonato.
Podia ser Ragnar Frisch ou Jan Tinbergen, os primeiros laureados com o Nobel da Economia, em 1969. Estamos a falar de Jonas, o primeiro goleador da equipa, este ano…
Eugene Fama, autor da famosíssima Hipótese dos Mercados Eficientes (famosa pelo menos para mim, que já tanto escrevi sobre ela). Para todos aqueles que, jogando pouco, mostraram a sua enorme eficiência: Grimaldo, Sílvio, Nuno Santos, Carcela, Jovic, Duricic, Cristante, Talisca, Nuno Santos, Victor Andrade e Ola John.
Por fim, Paulo Ferreira, o economista que ninguém conhece. Eu mesmo. Estou para a Economia como o Clésio está para o campeonato: ninguém o conhece ou se lembra dele. Mas também ele foi campeão…
Ah, falta um: Tim Harford. Autor do livro “Economista Disfarçado”. Taarabt…
Sei que os benfiquistas vão gostar desta crónica. Os adeptos dos clubes rivais, entendam-na como uma simples aula de Economia, olhando para o nome dos economistas (e não dos jogadores do Benfica). Ah: espero não me ter esquecido de nenhum jogador…
Imagem © Patrícia De Melo Moreira/AFP
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