7 Janeiro 2016      19:00

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O ÚLTIMO DOS PRÍNCIPES VERMELHOS

Kim Jong-Un herdou de forma quase dinástica a gestão de um país que considera seu, como já o seu pai o tinha feito por herança do seu avô, e administra o “seu” domínio como um jogo de computador se tratasse.

Sejamos claros (embora custe aos “camaradas” do PCP em admitir), a Coreia do Norte é uma ditadura, mas mais, é uma perigosa ditadura porque detém capacidade bélica ao nível atómico.

O regime de Pyongyang fez ontem mais um teste, que pode ser considerado mais que um mero teste nuclear. A detonação de uma bomba de hidrogénio, embora não tenha o poder de destruição de uma bomba de fusão, é um claro teste ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, aliás patente no discurso triunfal do pequeno líder, uma demonstração de  que não surtiram efeito as sanções que lhe têm sido aplicadas na última década.

Até ao momento, e apesar das duras críticas (mesmo vindo de regimes com passados semelhantes), fica por saber se as novas sanções terão igual grau de agressividade porque, apesar de tudo, nos últimos dez anos, não foram mais do que fogo de artificio (Jong-Un detonou 3 engenhos semelhantes na ultima década).

Kim Jong-Un ensaia a fuga para a frente, querendo demonstrar que não terá o mesmo destino dos ditadores depostos na primavera árabe e que não tem medo de fazer uma política de terra queimada, destruindo muitos na sua queda.

O pequeno líder tem igualmente, no domínio interno, um plano para reforçar a imagem de um dirigente forte e capaz, começou por executar alguns dos críticos, mesmo que fossem entre os mais próximos. Executou o seu tio (até a altura o seu mentor), demonstrando que irá até as ultimas consequências para consolidar a sua posição.

Alguns especialistas adiantam que estas ações não são mais do que manobras, pois o desempenho do país está aquém do que era esperado, e que o congresso do partido está à porta…  O jovem Kim chegará ao Congresso dos Trabalhadores Coreanos como um líder que fez o que os seus antecessores (Pai e Avô) não fizeram, testou a capacidade nuclear do seu programa militar.

Por outro lado, parece valer, cada vez menos, a antiga aliança com o regime chinês, e na minha opinião, será Pequim a travar as ambições nucleares do último elemento da dinastia Coreana e as suas derivas nacionalistas.

 

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