7 Outubro 2019      09:27

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Noite eleitoral

À hora em que esta crónica se encontra a ser escrita, os resultados ainda não se encontram fechados.

No entanto já se registam algumas certezas: a vitória do PS, sem maioria absoluta, a queda do PSD, a ainda maior queda do CDS, a continuidade do BE como terceira força política, a subida do PAN (até agora com quatro deputados) e a entrada de três novos partidos para o Parlamento, Iniciativa Liberal, Chega e Livre.

No distrito de Évora, o PS volta a conseguir eleger dois deputados, tirando um deputado ao PSD e o PCP mantém o seu deputado registando uma descida face aos resultados de 2015.

A abstenção volta a assumir números históricos registando-se nos 45 por cento, percentagem que volta a mostrar a necessidade de olharmos para o que estará na origem destes números.

A nível de cenários de governação, António Costa, no discurso de vitória já admitiu renovar a “geringonça” e entrar em diálogo com o PAN e o Livre afirmando respeitar assim a opção dos portugueses em continuar com o atual cenário governativo.

O PCP já abriu a porta a um acordo de governação, resta agora ver quais as respostas dos outros partidos e as propostas de todas as partes envolvidas.

Mal na fotografia ficaram Assunção Cristas e Rui Rio. A primeira por não ter conseguido impor-se como verdadeira oposição, optando por cair em casos criados e em tentativas de difamação que não escaparam ao crivo do eleitorado português. Acabou a noite a anunciar a demissão e que não se voltará a recandidatar. Atitude já esperada face aos últimos resultados obtidos pelo CDS em cenários eleitorais.

Quanto a Rio fica mal na fotografia não tanto pelo resultado (já esperado) mas pelo seu discurso na noite eleitoral. No discurso rio acaba por criticar todos, desde as sondagens em que disse nunca acreditar, à comunicação social, até aos opositores internos que convidou a aparecer.

O que Rio não fez foi, como qualquer líder político que se preze, assumir o resultado do seu partido, independentemente de ser positivo ou negativo.

Os próximos dias serão de audição dos partidos e de negociações entre os mesmos.

O grande desafio para PSD e CDS será regressarem como uma boa oposição. Por mais que o PS tenha ganho, todos sabemos que bons governos são ainda melhores com uma boa oposição.

O próximo grande desafio  do PS será a aprovação de mais quatro orçamentos de Estado, símbolo de que a “geringonça” a que se chegar, igual ou alargada, funcionará tão bem como nos últimos quatro anos.

Que venha a nova legislatura!

 

Imagem de capa de eco.sapo.pt