2 Março 2016      16:30

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NÃO ME APETECE PÔR UM TÍTULO, POIS CORRO O RISCO DE SER OFENSIVO E NÃO ME FICA BEM!

"ECONOMICAMENTE FALANDO"

Em Portugal discute-se muito. Muitas vezes (demasiadas!) generaliza-se. E normalmente quando se generaliza, dá buraco…

Algum leitor que acompanhe a minha crónica, neste momento deve estar a pensar: pronto, alguém se enganou! Isto é igual à crónica da semana passada! Pois, e o início é. Porque o tema tem a ver com generalizações. E até a foto que acompanhou a crónica da semana passada pode ser de animais da mesma espécie…

Tudo isto a propósito de um chavalo (já tenho idade para dizer assim?) que se lembrou de escrever umas patacoadas sobre o Alentejo, curiosamente já depois de ter largado pedradas sobre os Algarvios. Sempre com o mesmo problema: generalizando…

Sou da opinião que o melhor era nem darmos tempo de antena a pessoas destas. Afinal de contas, todos os dias assistimos na televisão a discursos de gente tonta. Na altura pareceu-me só mais um. Afinal de contas, até já eu estive na televisão, e nunca se sabe quando alguém pode pensar o mesmo de mim.

Mas, ao fim de tanta polémica, ao fim de tantas reações, e após pensar um pouco achei que isto talvez merecesse um pouco de reflexão da minha parte. Até porque o diretor de programas da SIC Radical não fica bem na fotografia. Não por se ter dado àquele triste espetáculo, mas porque depois vem reagir da forma como reagiu. Esse não generalizou: esparvoeirou por completo (o corretor ortográfico diz que não existe o verbo esparvoeirar – aceitem como um neologismo de um Alentejano!). De resto, qualquer tipo que generalize, normalmente é radical. Lá está: confere no canal de televisão!

Depois, fico também um pouco triste pelo livro ter sido editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que até tem trabalhos muito meritórios. Não sei como é o processo, nem tão pouco o caráter do livro, mas se calhar até nem se revê grande coisa com o discurso que foi feito. Arrisco até a dizer que eventuais comunicados, petições e afins poderiam em primeiro lugar ouvir a opinião da equipa editorial da Fundação.

A verdade é que fui à procura de informações sobre a origem desse (pseudo) escritor. Descobri uma referência na página da Wook que diz, textualmente, o seguinte:

 

Henrique Raposo tem 30 anos. Licenciou-se em História e "amestrou-se" em Ciência Política.

 

E foi isto que me deixou menos preocupado no meio desta história. Afinal de contas, todos sabemos quem é amestrado…

Por fim, a resposta à pergunta de alguns: mas o que é que isto tem a ver com Economia? Quem me conhece sabe que costumo dizer que “tudo é Economia” (e os meus livros explicam porquê). Mas neste caso o motivo até é outro. No Natal, comprei um livro ao meu filho que se chama “Diário de um Banana” (até já tive que lhe comprar o segundo volume). Segundo o que aparece na capa, os livros já terão vendido mais de 700 mil exemplares. Se calhar nesta altura até já chegaram ao primeiro milhão. E perdoem-me os outros Henriques Raposos, que não têm culpa. Mas todos os Henriques Raposos a quem já ouvi botar discurso são uns bananas… Afinal os bananas têm muito sucesso!

No fundo estou só a generalizar, mas como só sei de um Henrique Raposo que bota discurso, é uma generalização simples…

 

Imagem daqui