16 Fevereiro 2017      11:22

Está aqui

MUSEU DE ÉVORA FORA DA GESTÃO AUTÁRQUICA

O Museu de Évora não vai ser gerido pela autarquia mas sim classificado como Museu Nacional. A garantia é dada pelo Ministério da Cultura ao jornal Público, na sua edição de ontem.

A autarquia recebeu com agrado esta notícia já que discordava da possibilidade de vir a gerir o museu, ao abrigo da nova proposta de lei que vai transferir mais competências para as autarquias e que é hoje debatida no Conselho de Ministros.

Para Carlos Pinto de Sá, presidente do município, a classificação do Museu de Évora como Museu Nacional é um reconhecimento há muito reinvindicado pela autarquia e a proposta de lei do governo pode por em causa a capacidade dos municípios em dar resposta às competências que lhe querem atribuir. "Nós continuamos na expectativa de que o Governo aceite fazer o seu trabalho, que faça um estudo conveniente e que proponha uma descentralização verdadeira, real, e não uma mera desconcentração dos problemas.”, declarou ao mesmo jornal.

O Museu de Évora foi constituído em 1916 e na sua origem está a biblioteca-museu criada por Frei Manuel do Cenáculo Vilas-Boas e Sampaio (1724-1814), "influente intelectual do período pombalino e arcebispo de Évora, o homem que fora já decisivo para a criação da Biblioteca Pública da Corte, mais tarde convertida em Biblioteca Nacional" como refere a peça assinda pela jornalista Lucinda Canelas.

Com um acervo de 20 mil peças inclui, por exemplo, o retábulo flamengo representando cenas da vida da Virgem (c. 1500); A Virgem com o Menino, de Álvaro Pires de Évora (c. 1410); obras de importantes pintores luso-flamengos como Francisco Henriques e Frei Carlos, assim como de portugueses de relevo, com destaque para Gregório Lopes e Diogo Contreiras.

Imagem de capa de Ken Fairfax (detalhe de pintura de Martin de Vos (ca 1532-1603) - Última ceia)